No intuito de ampliar, aprofundar e consolidar as relações sino-brasileiras no campo cultural e educacional, o Instituto Confúcio da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), em conjunto com o Centro Cultural RioMont, o patrocínio da CNOOC Brasil e o apoio do Consulado Geral da China no Rio, realizou um evento especial para celebrar o Dia Internacional da Língua Chinesa na capital carioca.
A data foi estabelecida em 2010 pelo Departamento de Informação Pública da Organização das Nações Unidas (ONU), que aprovou a decisão de celebrar o dia 20 de abril como o Dia da Língua Chinesa. Segundo a cônsul geral da China no Rio, Tian Min, a escolha deu-se a partir do sexto período solar Guyu, um dos 24 períodos solares presentes no calendário tradicional chinês, como forma de prestar homenagem a Cangjie, historiador do imperador Amarelo e inventor dos caracteres chineses. Já na cidade do Rio de Janeiro, o Dia do Idioma Mandarim foi instituído e incluído no calendário municipal pela Câmara de Vereadores através do projeto de lei Nº 749, em 2021.
Em especial, a programação estabelecida no evento destacou o idioma chinês como promotor do diálogo entre as civilizações e contou com mostra de vídeos, degustação de chá e comida chinesa, demonstração de medicina tradicional chinesa, aulas de mandarim, caligrafia, além de apresentação de trajes e de artes marciais chinesas; esta última, foi organizada pelo Instituto Wulindao. Na ocasião, participaram autoridades governamentais da China, da cidade e do estado do Rio, representantes da sociedade carioca e fluminense, da comunidade chinesa local, do mundo acadêmico e empresarial. Também foi celebrada a assinatura de dois acordos de cooperação linguística estabelecidos entre o Instituto Confúcio, a CNOOC Brasil e a Fundação Fundec de Duque de Caxias, respectivamente.
"Sendo resultado da sabedoria da civilização chinesa, a língua chinesa assumiu, desde sua criação, a tarefa de difusão da cultura chinesa. Ela além de ser parte da riqueza da nação chinesa, é também riqueza comum de toda a humanidade. No encontro entre o presidente Lula e o presidente Xi Jinping, China e Brasil emitiram uma declaração conjunta em que as partes sublinharam o papel ativo que a cooperação em áreas como cultura, turismo, educação e esporte tem na promoção do conhecimento mútuo entre ambas as sociedades e comprometeram-se em aumentar o intercâmbio cultural", salientou a cônsul geral.
Como explicou a diretora chinesa do Instituto Confúcio da PUC-Rio, Sun Yanping, atualmente existem 11 Institutos Confúcio e uma Aula Confúcio no Brasil. Em cada Instituto há pelo menos 200 alunos brasileiros, sendo que nos estados grandes como São Paulo há mais estudantes. "Aprender bem o chinês é muito benéfico para o emprego futuro, pois a relação entre a China e o Brasil está cada vez melhor e há muitas oportunidades no campo dos negócios e do intercâmbio cultural. Em breve abriremos alguns cursos de arte como música e dança folclórica chinesa e medicina tradicional chinesa. Cada vez mais brasileiros estão dispostos a aprender o chinês e ir para a China. Esses alunos tornam-se um canal de promoção do país", explicou a diretora chinesa do Instituto.
"Este é um evento fundamental, na medida que o idioma promove uma aproximação não apenas linguística, mas também cultural, econômica. A recente visita do presidente Lula à China tem uma simbologia importante para além das questões linguística e cultural. Acordos de cooperação visando o campo da educação foram firmados, já que este setor é uma preocupação para ambos os países. A China se interessa muito pelo conhecimento produzido aqui e o Brasil tem muito a ganhar com o conhecimento chinês, principalmente pensando em termos de universidades. Esta troca tem como importância maior o desenvolvimento da ciência e o desenvolvimento social", enfatizou o diretor brasileiro do Instituto Confúcio da PUC-Rio Leonardo Bérenger.
Conforme o representante da China National Offshore Oil Corporation Brasil (CNOOC Brasil), Li Zhijun, os intercâmbios culturais são uma ponte importante para o desenvolvimento de ambos os países. A CNOOC Brasil firmou convênio de dois anos com o Instituto Confúcio da PUC-Rio para cursos de chinês e português destinado ao mercado de trabalho. "Cada funcionário da empresa aprende sobre a história, a cultura e o idioma da China e do Brasil, com o intuito de aprofundar o entendimento mútuo, a tolerância e a implementação das ideias defendidas pela empresa como 'globalização do pensamento, localização da ação e cultura familiar'. A cultura de mente aberta e de inclusão é a base da nossa cooperação, o benefício mútuo e os resultados da cooperação ganha-ganha são os nossos objetivos para o desenvolvimento", explicou.
Fundado em 2011 em uma parceria entre a PUC-Rio e a Universidade de Hebei, o Instituto Confúcio da PUC-Rio tem como missão primordial a divulgação da língua e da cultura chinesa no Rio de Janeiro. Ainda de acordo com o vice-reitor da PUC-Rio André Luís de Araújo, a atuação do Instituto Confúcio facilita os intercâmbios culturais entre as nações brasileira e chinesa, na promoção de eventos artísticos para a divulgação de expoentes chineses, estabelecimento de intercâmbios acadêmicos entre professores, pesquisadores e alunos e atendendo as demandas da comunidade empresarial para parceria e negócios entre China e Brasil.
"Tivemos o reconhecimento pelo Ministério da Educação da China como melhor Instituto Confúcio, em 2014, melhor diretora, em 2015, e melhor professora voluntária, em 2017. Assim, celebramos esta festa, marcando em nossos calendários a urgência da fraternidade entre nossos povos, como insistem nossas lideranças, e o selo de alegria que nos une", concluiu o vice-reitor.