Por Yi Fan*
Tendo percorrido em conjunto uma jornada gloriosa de 40 anos de amizade, a China e Angola são importantes parceiros de cooperação. No dia 12 de janeiro, o presidente da China, Xi Jinping, e o presidente de Angola, João Lourenço, trocaram mensagens de felicitação, celebrando juntos o 40º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. Os dois chefes de Estado expressaram a disponibilidade para aprofundar a amizade e a cooperação e intensificar o desenvolvimento das relações sino-angolanas. A visita recente a África do novo ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Qin Gang, foi realizada com grande sucesso. Trata-se de uma tradição da diplomacia da China de 33 anos a África ser o destino da primeira visita do chanceler da China em um ano. O fato de Angola constituir uma paragem importante na primeira visita do novo chanceler demonstra a elevada importância conferida às relações bilaterais pela China e o seu significado no contexto das relações China-África. Durante a visita, o ministro chinês foi recebido pelo presidente João Lourenço, tendo Qin Gang reunido ainda com o seu homólogo, Téte António. As duas partes atingiram diversos consensos importantes. Em Angola, a visita é considerada demonstrativa da importância das relações Angola-China e altamente significativa para a promoção do desenvolvimento das relações entre os dois países.
Fiquei positivamente impressionado com momentos como a troca de palavras em chinês do ministro Qin Gang com os alunos angolanos do Instituto Confúcio, durante a visita a um parque tecnológico construído por uma empresa chinesa de alta tecnologia. O aumento da qualidade e evolução da cooperação sino-angolana tem amplo potencial. Ao contribuírem ativamente para a cooperação em áreas tradicionais, como infraestruturas, as empresas chinesas têm reforçado ainda o investimento em setores como tecnologia, agricultura e pesca em Angola, o que eleva constantemente a qualidade da cooperação, conduzindo-a entre os países em desenvolvimento rumo à modernização. Os sorrisos dos jovens angolanos são ilustrativos da amizade que une os dois países. Eles não somente beneficiam dessa amizade, como vão também passar a promovê-la. A cooperação sino-angolana é mutuamente vantajosa, proporcionando benefícios a milhares de chineses e angolanos.
Em retrospetiva, os dois países têm persistido na igualdade e confiança mútua e logrado resultados frutíferos na cooperação pragmática em diversas áreas. A cooperação China-Angola já se tornou um exemplo da cooperação China-África e da cooperação Sul-Sul. Os dois países continuam a aprofundar sinergias de interesses e aumentam o conhecimento mútuo através da cooperação. Estradas, pontes, hospitais, escolas... Hoje em dia, os frutos da amizade trazem vastas mudanças a Angola e os elementos chineses que se veem por todo o lado no país constituem laços entre o passado e o futuro da amizade, contando as histórias inesquecíveis do desenvolvimento das relações China-Angola.
A confiança política mútua é uma demonstração de respeito e apoio partilhados por ambos. A China apoiou firmemente Angola durante a sua luta pela libertação nacional. Sob a orientação estratégica e o acompanhamento de sucessivas gerações de dirigentes dos dois países, têm-se aprofundado a confiança política mútua e a amizade tradicional entre a China e Angola. Os dois países sempre se apoiaram firmemente no trilho do desenvolvimento, em concordância com as realidades nacionais, com base na compreensão e apoio recíprocos em questões relacionadas aos respetivos interesses fundamentais. Angola adere firmemente ao princípio de Uma Só China, e a China apoia firmemente Angola na rejeição de interferências externas e salvaguarda da sua soberania, segurança nacional e interesses de desenvolvimento. Concomitantemente, as duas partes mantêm uma estreita coordenação e cooperação em assuntos internacionais e regionais, salvaguardando conjuntamente a equidade e justiça internacionais.
Os frutos da cooperação espalhados em Angola são êxitos de ganhos compartilhados. A China tem sido, por muitos anos consecutivos, o maior parceiro comercial e o maior mercado de exportação de Angola. Angola é o segundo maior parceiro comercial da China e um importante mercado de empreitada da China em África. Depois de alcançada a paz em Angola, em 2002, a China estendeu a sua mão na reconstrução do país. Com a ampliação da cooperação em matérias de investimento e financiamento, vários projetos, tais como Nova Centralidade de Kilamba Kiaxi, Caminho de Ferro de Benguela, Central Elétrica do Soyo, trouxeram benefícios ao povo angolano. Várias empresas chinesas investem em Angola e contribuem significativamente para o seu desenvolvimento socioeconómico. No momento, os grandes projetos emblemáticos em Angola apoiados pela China, como aeroportos, barragens hidroeléctricas, estradas e portos estão decorrendo e produzem cada vez mais resultados de cooperação pragmática entre os dois países.
O conhecimento mútuo dos povos é uma reflexão do intercâmbio cultural e interpessoal cada vez mais estreito entre os dois países. Desde o surto pandêmico, a China e Angola têm trabalhado em união para responder e ultrapassar as dificuldades impostas, contribuindo para a cooperação internacional no combate à pandemia. Cada vez mais filmes e séries televisivas da China são transmitidos em Angola, abrindo uma janela aos angolanos para conhecerem o dia-a-dia na China. À medida que cada vez mais obras literárias angolanas são apresentadas na China, o povo chinês vem conhecendo este parceiro amigável no sudoeste africano. Conforme as necessidades da parte angolana, a China ajudou Angola a formar mais de 3.000 pessoas em várias áreas. Cinco equipas médicas enviadas para Angola forneceram quase 400 mil consultas a pacientes autóctones.
Encarando o futuro, as relações entre os dois países estão repletas de esperança. Ao interagir com os jovens estudantes angolanos, o ministro Qin Gang encorajou-os a ser pontes de amizade e cooperação entre os dois países. Temos todas as razões para acreditar que a amizade entre a China e Angola irá ser transmitida de geração em geração pelos jovens dos dois países, e continuará a apresentar novo vigor e vitalidade nos novos capítulos de amizade e cooperação entre as duas partes.
*O autor é um observador de assuntos internacionais.
