Ex-ministro da Justiça de Bolsonaro é preso, acusado de facilitar os atos antidemocráticos em Brasília

Fonte: Xinhua    16.01.2023 08h20

O ex-ministro da Justiça no governo de Jair Bolsonaro e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi preso no último sábado pela Polícia Federal ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Brasília, procedente dos Estados Unidos, onde estava de férias em Orlando.

A prisão foi decretada na terça-feira pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) e confirmada pelo plenário da Suprema Corte. Logo depois que a medida foi tornada pública, Torres disse em suas redes sociais que iria se entregar.

Torres tinha assumido em 2 de janeiro a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (DF) e estava ausente, de férias, no domingo 8 de janeiro, quando uma turba de seguidores do ex-presidente Bolsonaro invadiu e depredou os prédios do Palácio do Planalto, do Congresso Nacional e do Supremo Tribunal Federal.

A suspeita é que o então Secretário de Segurança Pública da capital federal, Torres, em conjunto com setores da Polícia Militar do DF e de militares, tenha atuado para facilitar a ação dos bolsonaristas radicais que defendem um golpe para derrubar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que o ex-ministro nega.

O secretário foi exonerado no mesmo domingo pelo governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, que horas depois foi afastado do cargo por 90 dias.

Após a detenção, ele foi levado para o 4º Batalhão da Polícia Militar do DF, onde passou por uma audiência de custódia e permanece preso temporariamente.

No dia da decretação da prisão, a Polícia Federal realizou uma operação de busca e apreensão na casa de Torres e, entre os documentos, foi achada uma minuta de decreto para instaurar o estado de defesa no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e mudar o resultado das eleições 2022 nas quais o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva derrotou Bolsonaro

Após a publicação, o ex-ministro admitiu a existência do documento em uma rede social, afirmando que foi "publicado fora de contexto".

"Havia em minha casa uma pilha de documentos para descarte, onde muito provavelmente o material descrito na reportagem foi encontrado", justificou.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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