Os Estados Unidos devem refletir seriamente sobre sua política nuclear e assumir suas responsabilidades primárias e especiais no desarmamento nuclear, para criar condições para atingir o objetivo final de desarmamento nuclear completo e minucioso, um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China disse na quarta-feira (30).
O porta-voz Zhao Lijian fez as observações numa coletiva de imprensa regular em resposta a um relatório divulgado pelo Departamento de Defesa dos EUA, que alega que o arsenal nuclear da China provavelmente triplicará para 1.500 ogivas até 2035.
Zhao disse que os Estados Unidos vem exagerando várias versões da narrativa da "ameaça da China" a fim de encontrar um pretexto para expandir seu arsenal nuclear e perpetuar a predominância militar nos últimos anos.
"O mundo sabe muito bem que esta é uma tática preferencial dos Estados Unidos", afirmou ele.
Zhao observou que a política nuclear da China é consistente e clara, que segue uma estratégia nuclear autodefensiva juntamente com a política de não utilizar armas nucleares como primeira estratégia. A China exerceu extrema moderação no desenvolvimento de capacidades nucleares e manteve essas capacidades no nível mínimo exigido pela segurança nacional. "A China jamais participa de qualquer forma de corrida armamentista".
Observando que os Estados Unidos possuem o maior arsenal nuclear do mundo, Zhao destacou que o lado dos EUA continuou atualizando sua "tríade nuclear" nos últimos anos e fortalecendo o papel das armas nucleares em suas políticas de segurança nacional.
Os Estados Unidos ainda se apegam a uma política de dissuasão nuclear baseada no primeiro uso de armas nucleares até hoje e elaboram abertamente estratégias de dissuasão nuclear contra determinados países, lamentou ele.
Ele notou que os Estados Unidos estão envolvidos também na cooperação de submarinos nucleares com o Reino Unido e a Austrália, o que viola os propósitos do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP, na sigla em inglês).
O lado dos EUA deve abandonar a mentalidade da Guerra Fria e a lógica hegemônica, parar de perturbar a estabilidade estratégica global e fazer cortes substanciais e substantivos em seu arsenal nuclear, de modo a criar condições para atingir o objetivo final do desarmamento nuclear completo e minucioso, exortou ele.