O desafio climático agravou uma crise na segurança humana, com um número crescente de pessoas deslocadas em todo o mundo, afirmou recentemente um especialista em clima da ONU, pedindo mais ações globais para ajudar os vulneráveis.

Andrew Harper, conselheiro especial para Ação Climática do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), fez as declarações durante uma entrevista na 27ª sessão da Conferência das Partes (COP27) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima na cidade costeira egípcia de Sharm El-Sheikh.

O impacto das mudanças climáticas sobre as pessoas deslocadas é "uma grande questão" que precisa ser abordada por meio de uma ação global, destacando a inter-relação entre segurança humana e meio ambiente, observou o especialista.

O ACNUR está presente na COP27 trazendo as vozes dos deslocados para as discussões sobre mudanças climáticas, afirmou ele.

"Já não é suficiente esperar que as pessoas sejam forçadas a se mudar. É possível antecipar e precisamos trabalhar para apoiar as comunidades que correm maior risco para se adaptarem e se tornarem mais resilientes", acrescentou ele.

Harper exortou os países desenvolvidos a realizarem maiores esforços para proteger o meio ambiente, acelerar a transição para energia renovável e garantir a segurança humana.

“Ao garantir a segurança humana e a segurança das comunidades contra os desafios trazidos pelo clima, só podemos desfrutar da segurança global”, acrescentou.

Harper também alertou que a infraestrutura em algumas comunidades vulneráveis às mudanças climáticas está sendo fisicamente corroída por causa de uma série de desastres em cascata.

“Se não olharmos para isso como uma questão global, com engajamento global para encontrar soluções, cada país sofrerá”, alertou Harper.

O especialista em clima da ONU solicitou aos líderes mundiais que coloquem seus compromissos em ação para ajudar os países em desenvolvimento a enfrentar os desafios climáticos e oferecer apoio para as pessoas deslocadas.

"Existem mais de 100 milhões de pessoas que estão deslocadas em todo o mundo. Há um deslocamento ocorrendo quase a cada segundo. Então, quanto mais esperarmos, será mais desafiador para fornecer apoio", ponderou ele.