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Angola dá boas-vindas às empresas chinesas na diversificação da economia da nação, diz ministro

Fonte: Xinhua    31.08.2022 10h38

O ministro angolano da Economia e Planeamento, Mário Augusto Caetano João, disse que o país africano procura diversificar a sua economia e dá boas-vindas para mais investimento e cooperação chinesa porque esta será uma oportunidade ganha-ganha.

Em recente entrevista à Xinhua em Luanda, capital de Angola, o ministro disse que a diversificação econômica, principalmente do setor petrolífero para o desenvolvimento de setores não petrolíferos, tem sido um dos principais objetivos do país nos últimos cinco anos.

O ministro salientou que o país tem feito progressos na diversificação econômica ao longo dos anos, apesar de isso continuar a ser um grande desafio.

"Em 2011, o setor petrolífero representava 43% do nosso PIB. Dez anos depois, em 2021, respondia apenas por 28%. Isso significa que 72% (do PIB) agora está sendo impulsionado pelo setor não petrolífero", disse ele.

O ministro considera o agronegócio, o desenvolvimento do capital humano, e a melhoria do ambiente de fazer negócios em Angola como três pilares, à medida que o país continua com o seu esforço para diversificar a economia nos próximos cinco anos.

"O agronegócio é o maior determinante do crescimento hoje em Angola. Quando falo em agronegócio, quero dizer agricultura, comércio, transporte, agro-processamento e tudo dentro da cadeia de valor do setor do agronegócio", disse o ministro, que também previu uma taxa média de crescimento anual de 5% para o setor não petrolífero e de 3,5% para o crescimento geral do PIB nos próximos cinco anos no país rico em recursos da África Austral.

O ministro apontou que o país precisa fazer grandes investimentos no agronegócio, principalmente em infraestrutura, para garantir que tudo produzido tenha um mercado, além de investir nas indústrias de agro-processamento e na produção de grãos, como milho, arroz, trigo e feijão, que são extremamente importantes para a segurança alimentar do país.

Ele disse que o desenvolvimento do agronegócio também exigirá o desenvolvimento dos setores de energia e água, como também de estradas. "Já temos muitas empresas chinesas a investir no agro-negócio. E até o maior produtor de milho da Província de Malanje, em Angola, é chinês", disse ele.

Elogiando os frutíferos resultados da cooperação Angola-China, especialmente no desenvolvimento de infraestruturas ao longo dos anos, o ministro disse que Angola dá boas-vindas para o envolvimento chinês no esforço de diversificação econômica do país porque esta será uma oportunidade de ganha-ganha.

O ministro disse que Angola tem até 60 milhões de hectares de terras aráveis, quase metade das terras aráveis da China, e uma baixa densidade populacional, de cerca de 30 pessoas por quilômetro quadrado.

"Portanto, temos muitas terras onde gostaríamos de convidar investidores chineses para cultivar produtos chineses e exportar para a China. Isso será muito interessante porque vimos também que a China ofereceu acesso isento de impostos e quotas para mercadorias angolanas para a China. Portanto, esta pode ser uma oportunidade ganha-ganha", disse ele.

O ministro disse que o governo também desenvolverá a capacidade de capital humano através de melhorar os setores da saúde e educação, uma vez que o capital humano é um dos mais importantes determinantes do crescimento.

"O terceiro, mas não menos importante, é o ambiente para fazer negócios. Precisamos garantir que todos possam abrir seu próprio negócio e administrar seu próprio negócio, ter acesso a financiamento e realmente ser um dos empregadores mais importantes em nossa economia," destacou o ministro.

"No setor da saúde, precisamos começar a produzir nossos próprios medicamentos, não apenas para consumo humano, mas também para consumo animal. E na transformação digital, você vê agora que grande parte do mercado é feita digitalmente. Isso também é onde os negócios estão acontecendo. Outra coisa, claro, é o setor financeiro", disse.

"Estas são as áreas onde consideramos poder haver uma cooperação muito maior com a China para nos ajudar a realmente diversificar nossa economia", disse ele.

O ministro disse que Angola deseja mais investimento chinês, especialmente do setor privado. "Temos um estoque de investimentos chineses em Angola que totaliza cerca de US$ 20 bilhões. Claro que gostaríamos que fosse muito superior."

Ele acrescentou que a juventude emergente do país é um grupo no qual o governo pretende investir mais recursos e dinheiro, dizendo que o governo também tenta trabalhar em estreita colaboração com os empresários para entender os determinantes do crescimento.

"É aqui que queremos colocar os recursos para que, uma vez que bem tratados esses determinantes, tenho a certeza que Angola dará um salto adequado", disse ele.

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