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Busca por hegemonia dos EUA dividindo o mundo é "perigosa", diz acadêmico mundialmente renomado

Fonte: Xinhua    08.08.2022 08h44

A tentativa dos EUA de manter sua posição como potência hegemônica do mundo tentando dividi-lo é "uma estratégia muito perigosa e equivocada", disse o renomado acadêmico Jeffrey Sachs.

O mundo já enfrenta muitas crises importantes e desestabilizadoras, uma das quais é a crise da Ucrânia. É a arrogância dos EUA que bloqueou as negociações em 2021 entre os Estados Unidos e a Rússia que poderia ter evitado a crise, disse Sachs, professor da Universidade de Columbia, em entrevista em vídeo à Xinhua na terça-feira.

"Precisamos de paz e diplomacia, não provocação. Espero que o governo dos EUA reconsidere sua política externa perigosa e equivocada", acrescentou Sachs, que escreveu sobre a necessidade de uma mudança na política externa dos EUA em um livro intitulado "A New Foreign Policy: Beyond American Exceptionalism".

"Quero que os EUA tenham uma política externa baseada na Carta da ONU. E que toda a diplomacia econômica global seja baseada nas ideias de desenvolvimento sustentável e no Acordo Climático de Paris, que é encontrar os caminhos para uma vida digna para as pessoas em todas as partes do mundo", disse ele.

De 2001 a 2018, Sachs atuou como assessor-especial do secretário-geral da ONU, para Kofi Annan, Ban Ki-moon e António Guterres.

Ele foi duas vezes nomeado entre os 100 líderes mundiais mais influentes da revista Time e foi descrito pelo The New York Times como "provavelmente o economista mais importante do mundo".

Nos últimos anos, os Estados Unidos têm intensificado sua contenção da China por meio do que Sachs vê como ações unilaterais e provocativas que estão aumentando perigosamente as tensões entre os Estados Unidos e a China.

"O objetivo dos Estados Unidos é enfraquecer a China e mobilizar uma aliança contra o país. Isso é um grande erro e muito perigoso", disse ele.

Sachs disse que a abordagem pragmática que ele defende não seria uma posição de políticos em um país dizendo a outro país como operar internamente, ou dizer que existe um sistema político. Em vez disso, um conjunto comum de objetivos, padrões e obrigações sob a Carta das Nações Unidas deve ser apoiado.

"Precisamos de um mundo pacífico, no qual a guerra não seja usada como política de Estado, e um mundo em que todos os países cumpram a Carta da ONU", disse ele, enfatizando que "precisamos de cooperação em primeiro lugar".

"Temos muito o que fazer neste planeta para que nossa governança global funcione melhor, para tornar o planeta mais seguro, para lidar com grandes males como pandemias ou mudanças climáticas induzidas pelo homem. E isso não pode ser feito por um lado ditando as respostas para outro", acrescentou Sachs.

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