Mercado de veículos elétricos cresce no Brasil e supera pela primeira vez 100 mil unidades em circulação

Fonte: Xinhua    01.08.2022 13h54

O Brasil superou pela primeira vez os 100 mil veículos híbridos e elétricos em circulação no país, com um aumento de 47% das vendas desse tipo de transporte no primeiro semestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2021, segundo dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

O aumento do número de veículos híbridos e elétricos em circulação no maior mercado automobilístico da América Latina indica uma tendência de alta por parte da população que deseja utilizar veículos não poluentes, algo que deve se consolidar nas próximas décadas.

"São números muito bons, mas representamos uma pequena proporção mundial, se levarmos em conta que se calcula que haverá uns 30 milhões de veículos eletrificados no mundo até o fim deste ano. Ainda nos falta muito para avançar", explicou à Xinhua o conselheiro da ABVE, Carlos Augusto Serra.

No dia 26 de julho, a ABVE divulgou que o Brasil tinha alcançado a marca de 100.292 veículos eletrificados em circulação, graças, principalmente, a um sensível incremento das vendas este ano.

Entre janeiro e junho, foram vendidos no Brasil 20.427 veículos elétricos híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e elétricos a bateria (BEV) em comparação com os 13.899 comercializados no mesmo período do ano passado.

Apesar do aumento, Serra alertou que o governo precisa implementar mais políticas de eletromobilidade, com menos impostos para o setor e mais facilidades para que os motoristas possam recarregar seus veículos no país.

"É verdade que nos últimos anos tem havido um aumento da infraestrutura de recarga pública e semipública no país e, atualmente temos uns 1.500 eletropostos disponíveis nas principais cidades e estradas do país, mas ainda é pouco para um país continental como o Brasil. A previsão é chegar a 3.000 eletropostos no final deste ano e a uns 10.000 em três anos", acrescentou Serra.

"É necessário que haja uma política nacional de eletromobilidade, que haja políticas públicas alinhadas e coordenadas entre o governo federal e os governos estaduais e municipais para incentivar a transição do veículo a combustão para o veículo elétrico", comentou o conselheiro da ABVE.

Outro problema apontado por Serra é o complexo sistema tributário brasileiro. "É notório que nosso sistema tributário é complexo e que, muitas vezes, os subsídios são medidas para reduzir as distorções que temos em um sistema ineficiente. No Brasil, ainda incentivamos tecnologias ultrapassadas, baseadas em combustíveis fósseis e em veículos com baixa tecnologia", lamentou.

Serra ressaltou que "o futuro da mobilidade será elétrico, autônomo e conectado, e a maioria dos empregos estarão nesses novos parques produtores e nos sistemas digitais que conectarão carros, celulares e toda a infraestrutura de nossas casas e cidades".

Segundo os cálculos da ABVE, apesar de os carros elétricos ou semi híbridos ainda serem mais caros dos que aqueles a gasolina ou diesel, a diferença está no gasto ao utilizá-lo: um quilômetro rodado com um veículo elétrico ou híbrido é, atualmente, 6 vezes mais barato do que o quilômetro rodado com um veículo usando gasolina.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

comentários

  • Usuário:
  • Comentar:

Wechat

Conta oficial de Wechat da versão em português do Diário do Povo Online

Mais lidos