A COVID-19 provocou em pouco mais de dois anos mais mortes de crianças brasileiros entre 6 meses e três anos que 14 doenças juntas em 10 anos, segundo um inédito estudo divulgado nesta segunda-feira pelo Observatório de Saúde na Infância da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

Desde março de 2020, quando chegou a COVID-19 no Brasil, a pandemia causou a morte de 539 crianças entre 6 meses e 3 anos.

Por sua vez, a neurotuberculose, a tuberculose miliar, o tétano neonatal, o tétano, a difteria, o coqueluche, a poliomielite, o sarampo, a rubéola, a hepatite B, a caxumba, a rubéola congênita, hepatite viral congênita e a meningite meningocócica tipo B causaram a morte de 144 crianças entre 6 meses e 3 anos entre 2012 e 2021.

As 14 enfermidades analisadas fazem parte da lista brasileira de mortes evitáveis para menores de cinco anos, criada por especialistas em saúde infantil do Ministério da Saúde.

Todas elas contam com vacinas para prevenção, diferente da COVID-19, cuja autorização para imunizar crianças de 3 a 5 anos contra o vírus só foi concedida em 13 de julho pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) através do uso da CoronaVac chinesa produzida no Brasil pelo Instituto Butantan e que está começando a ser aplicada.

Já a faixa etária entre seis meses e três anos continua sem cobertura vacinal contra a COVID-19, embora possuam o dobro de risco de morte em relação a faixa seguinte.