Culpar China pelo conflito Rússia-Ucrânia é absurdo, diz vice-chanceler chinês

Fonte: Xinhua    07.05.2022 10h38

As acusações sobre a China para assumir responsabilidades pela crise da Ucrânia são absurdas, disse nesta sexta-feira o vice-ministro chinês das Relações Exteriores, Le Yucheng.

Ao discursar em um diálogo online de think tanks globais de 20 países, ele apontou que algumas pessoas fizeram alegações infundadas sobre a crise da Ucrânia, distorceram a posição da China e tentaram fazer a China assumir a culpa por suas próprias ações.

Le destacou que algumas pessoas distorceram as palavras da recente declaração conjunta China-Rússia e interpretaram mal "a amizade não tem limites e a cooperação não tem áreas proibidas" para acusar que a China tinha "conhecimento prévio" da operação militar especial da Rússia na Ucrânia e até mesmo a "endossou". Concluíram, portanto, que a China deve ser responsabilizada pelo conflito.

"Isso é absurdo", rechaçou Le, acrescentando que o país não está envolvido no conflito e muito menos foi aquele que o criou. Então, como a China pode ser responsável?

Le observou que a relação entre a China e a Rússia é baseada nos princípios da não-aliança, não-confronto e não-alinhamento de terceiros, e não está sujeita à influência de terceiros. A descrição de "sem limites" e "sem áreas proibidas" captura o estado atual e as perspectivas futuras dos laços China-Rússia.

"A verdade é que a China deseja relações amigáveis com todos os países e nós nunca estabelecemos nenhum limite de cooperação, nem vemos necessidade de fazê-lo", explicou ele.

Em resposta à acusação de que a China estava do lado errado da história por não se juntar aos Estados Unidos e outros países ocidentais para condenar e sancionar a Rússia, Le salientou que, desde que o conflito Rússia-Ucrânia eclodiu, a China tem se comprometido com os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e com o princípio da segurança indivisível.

"Nós defendemos a justiça e a imparcialidade e fizemos esforços ativos para incentivar as conversações de paz e fornecer ajuda humanitária. A China não tem machado para romper ou qualquer agenda geopolítica sobre esta questão", garantiu ele.

Le ressaltou que por algum tempo, os Estados Unidos continuam flexionando seus músculos às portas da China, criando grupos exclusivos contra o país e inflamando a questão de Taiwan para testar os limites chineses.

"Se esta não é uma versão da Ásia-Pacífico da expansão da OTAN para o leste, então o que é? Tal estratégia, se não for controlada, traria consequências horríveis e empurraria a Ásia-Pacífico para a beira de um abismo", afirmou ele.

Le enfatizou que a China está comprometida com o desenvolvimento pacífico e busca a harmonia, solidariedade e cooperação na região. O país nunca foi provocador ou causador de problemas. Não faz sentido apontar para a China. A tentativa de "copiar e colar" a crise da Ucrânia na Ásia-Pacífico está condenada ao fracasso.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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