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Estrangeiros em Shanghai ajudam moradores locais durante confinamento da cidade

Fonte: Diário do Povo Online    21.04.2022 10h02

Jacob von Bisterfeld é um dos voluntários estrangeiros da Comunidade Dongming Huayuan, no distrito de Songjiang, em Shanghai. Foto: China Daily

Nos últimos três anos, Shankar Koirala esteve ocupado vendendo artefatos nepaleses em Shanghai.

Mas nas últimas duas semanas, o escopo de trabalho do nepalês mudou da venda de mercadorias para a entrega de mantimentos e necessidades diárias para idosos na Comunidade Fenglin Xincun, no distrito de Xuhui, onde ele mora.

"Meus amigos chineses em Shanghai sempre me ajudaram, então é justo que eu ajude os moradores mais velhos recebendo suas encomendas e auxilie minha comunidade a separar suprimentos", disse o homem de 29 anos, que trabalha cerca de cinco horas por turno como voluntário.

Entre suas tarefas estão a desinfeção dos bens que chegam à entrada principal da comunidade antes de entregá-los.

Na manhã de sexta-feira (15), por exemplo, Koirala, que entende e fala um pouco de chinês, carregava uma grande sacola de comida e necessidades diárias destinada a uma moradora idosa do quinto andar.

O expatriado e cerca de 30 outros voluntários da comunidade foram divididos em vários grupos, com turnos matutino, vespertino e noturno. Cada grupo trabalha quatro a cinco horas por dia.

Eles são requisitados a usar roupas de proteção para desinfetar mercadorias no portão da comunidade e, em seguida, colocam as mercadorias nas portas dos prédios após interfonar informando aos moradores sobre a entrega.

De acordo com o sétimo censo da China, realizado em 2020, Shanghai abriga mais de 160.000 residentes no exterior registrados. Como Koirala, muitos desses estrangeiros têm contribuído para suas comunidades, garantindo que os moradores em confinamento recebam seus alimentos e necessidades diárias durante o atual surto de Covid-19.

O malaio Kek Seng Yem, que mora em Shanghai há 12 anos, é outro estrangeiro que ajuda os habitantes locais desde que Puxi, área da cidade a oeste do rio Huangpu, foi fechada no início deste mês.

Kek explicou que foi inspirado a se tornar voluntário por sua esposa, uma chinesa de Shanghai que trabalha para um supermercado encarregado de fornecer suprimentos aos moradores durante o surto.

"Eu precisava fazer algo pelo meu bairro, onde muitos moradores, incluindo voluntários, são idosos", disse o homem de 49 anos. "São pessoas de bom coração que estão sempre dispostos a ajudar os outros, mesmo vivendo apenas de aposentadoria".

Nas últimas duas semanas, Kek tem ajudado principalmente a equipe de gestão da comunidade a descarregar suprimentos diários fornecidos pelo governo local antes de embalá-los e entregá-los aos moradores. Ele também ajudou a manter os locais de teste de ácido nucleico em ordem e a descartar os resíduos.

Essa experiência de voluntariado foi muito valiosa, disse Kek, segundo ele foi possível conhecer melhor seus vizinhos e se sentir mais ligado à comunidade e à cidade.

Enquanto isso, no distrito de Songjiang, em Shanghai, Jacob von Bisterfeld é voluntário na Comunidade Dongming Huayuan. Além de ajudar nos locais de teste de ácido nucleico, entregando suprimentos e descartando o lixo, o expatriado também faz bom uso do mandarim, lembrando os moradores de fazer o teste através de um alto-falante.

"Uso a língua chinesa todos os dias quando vou às compras, dou telefonemas e converso com meus vizinhos. Meu putonghua (mandarim) não é perfeito, mas é suficiente para me locomover", disse von Bisterfeld, que nasceu na Holanda e se mudou para a Nova Zelândia em tenra idade. Ele vive na China há cerca de três décadas.

"Ser voluntário para algumas pessoas, inclusive para mim, é um senso de responsabilidade inato. É uma excelente maneira de fazer amigos e conhecer melhor as pessoas ao nosso redor. É bom estar totalmente integrado à cena local", acrescentou.

Expatriados multilíngues como von Bisterfeld provaram ser importantes recursos humanos no último surto de Covid-19, pois podem atuar como uma ponte entre os habitantes locais e estrangeiros que não entendem ou lêem chinês.

No subdistrito de Hongqiao, no distrito de Changning, em Shanghai, Habib Ur Rehman, que fala chinês e inglês, vem desempenhando esse papel educando seus colegas estrangeiros sobre os regulamentos locais de prevenção e controle de epidemias e ajudando-os a navegar em aplicativos chineses para recuperar o QR códigos necessários para o teste de ácido nucleico.

Voluntários como Habib são especialmente importantes, já que os estrangeiros representam cerca de 25% dos 80.000 residentes que vivem no subdistrito de Hongqiao.

"Devido às barreiras linguísticas e diferenças culturais, os estrangeiros podem enfrentar problemas ao se submeterem a testes nos bairros", disse o paquistanês, que mora em Shanghai há 13 anos.

"Espero que minhas contribuições possam ajudá-los a economizar tempo e permitir que o processo de teste ocorra dentro dos conformes".

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