O conselheiro de Estado chinês e ministro das Relações Exteriores, Wang Yi, se reuniu com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, na quarta-feira em Tunxi, província de Anhui, leste da China, destacando os esforços contínuos para fortalecer a parceria estratégica, em meio à crise na Ucrânia e outras crises em curso, como a do Afeganistão, que foram ofuscadas como um resultado.
A reunião presencial de Wang-Lavrov foi realizada à margem da terceira reunião dos ministros das Relações Exteriores dos países vizinhos do Afeganistão, presidida por Wang. Os ministros das Relações Exteriores do Paquistão, Irã, Rússia, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão ou seus representantes estão presentes na reunião de quarta a quinta-feira, segundo o Ministério das Relações Exteriores da China.
A reunião é a primeira entre Wang e Lavrov desde que a operação militar especial da Rússia na Ucrânia começou em 24 de fevereiro. O acontecimento decorre quando os EUA e alguns países ocidentais estão exaltando o "dilema" de Beijing de se distanciar de Moscou por causa da Ucrânia ou enfrentar condenação e possíveis sanções de Washington.
No entanto, especialistas chineses disseram que a postura da China é consistente e equilibrada na gestão dos laços com a Rússia e os EUA. O desenvolvimento dos laços Beijing-Moscou não se deve a uma mentalidade de bloco, mas a uma base interna de benefícios mútuos.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse em uma coletiva de imprensa na quarta-feira que a China e a Rússia sempre se comprometeram a desenvolver relações bilaterais com base nos princípios de não aliança, não confronto e não direcionamento de qualquer terceiro país.
O porta-voz saudou as relações intensificadas como um dos "sem limites para a cooperação China-Rússia, sem limites para nossa busca pela paz e manutenção da segurança, e sem limites para nossa oposição à hegemonia".
A China e a Rússia continuarão a praticar o multilateralismo genuíno e a promover um mundo multipolar e a democracia nas relações internacionais, disse o porta-voz.
De acordo com o meio de comunicação russo TASS, a reunião entre os dois ministros das Relações Exteriores ocorreu em uma "atmosfera tradicionalmente amigável e baseada na confiança", e uma série de questões foram discutidas, incluindo a atual situação no Afeganistão, o programa nuclear iraniano e a península coreana.
Citando uma declaração russa, a TASS disse que a dupla concordou que a Rússia e a China continuariam fortalecendo sua parceria estratégica e reforçando ainda mais a coordenação da política externa, aprimorando a cooperação bilateral em vários formatos multilaterais.
Wang destacou que as relações China-Rússia resistiram a novos testes por mudanças na situação internacional, mantiveram a direção certa e demonstraram uma sólida tendência de desenvolvimento.
O desejo dos dois lados de desenvolver relações bilaterais tornou-se ainda mais forte, assim como a confiança para promover a cooperação em várias direções, disse Wang.
Lavrov disse que a Rússia está pronta para trabalhar com a China para fortalecer continuamente a coordenação estratégica de alto nível e aprofundar a cooperação mutuamente benéfica em todas as áreas e se opor ao hegemonismo.
Analistas disseram que, embora os EUA e alguns países ocidentais estejam tentando usar a crise da Ucrânia para criar uma barreira entre a China e Rússia, as atitudes descritas na última reunião de ministros indicam que é improvável que a sólida relação entre China e Rússia seja enfraquecida por os EUA e o Ocidente, ou por eventos externos, como a crise na Ucrânia.
