Português>>Atualidade

Dinâmica zero-Covid-19 é chave para conter propagação da Ômicron, diz especialista chinesa

Fonte: Diário do Povo Online    15.03.2022 10h12

À luz do recente surto da Covid-19 em todo o país, a política da China para alcançar zero infeção das cadeias de transmissão deve continuar junto com os preparativos para estratégias mais sustentáveis contra a variante Ômicron, disse o epidemiologista Zhang Wenhong na segunda-feira (14).

Zhang, diretor do departamento de doenças infeciosas do Hospital Huashan de Shanghai e também o diretor do Centro Nacional de Doenças Infeciosas da China para Controle e Prevenção de Doenças, escreveu na sua conta oficial no Sina Weibo que a subvariante altamente transmissível da Ômicron, conhecido como BA.2, é a principal causa de surtos atuais em RAEHK e na parte continental da China.

"As infeções na parte continental ainda estão no estágio inicial de um aumento exponencial", disse Zhang, que observou que demorou apenas 11 dias para os números diários de infeções na parte continental da China subir de 119 a 3.122 desde o início de março.

"Porque o vírus nos atingiu de repente e respondemos um pouco tarde, estamos tentando retardar a propagação do vírus", acrescentou.

"Mas nosso controle preciso e os testes para pessoas em áreas-chave aceleraram. Quando a vida diária dimunuir a velocidade, a transmissão do vírus também será reduzida".

Zhang disse que suas discussões com virologistas na Universidade de Hong Kong no domingo resultaram na conclusão de que as pessoas que estão totalmente vacinadas e têm sistemas imunológicos normais dificilmente desenvolverão condições graves.

"O primeiro passo que devemos fazer é reduzir o medo do vírus", indicou.

Apenas 0,1% dos 2.266 pacientes tratados em Shanghai nos últimos seis meses desenvolveram sintomas graves, e nenhum deles morreu, acrescentou.

Ele apontou que 89,4% dos que morreram de Covid-19 em Hong Kong eram pacientes que não haviam sido vacinados ou haviam recebido apenas uma dose da vacina. A taxa de mortalidade de pessoas que não foram totalmente vacinadas, disse ele, era 23 vezes maior em comparação com pessoas que receberam duas doses.

"Mas estas não são desculpas para não fazermos nada", disse ele.

"Se a China se abrir muito rapidamente, um grande número de pessoas ainda será infectado no curto período de tempo, e isso levará a um número impressionante de hospitalizações e chocará a sociedade, mesmo que o vírus tenha uma baixa taxa de mortalidade".

Zhang acrescentou que uma grande proporção de idosos chineses e aqueles com problemas de saúde preexistentes não receberam suas vacinas devido a um medo de possíveis efeitos colaterais, e a resposta atual contra o surto da Covid-19 no país mostra que é necessário proteger mais ainda este grupo de pessoas.

"É vital que a China continue sua política de dinâmica zero-Covid-19 para controlar o surto causado pela variante altamente transmissível da Ômicron", indicou ele. "Mas isso não significa que vamos fechar comunidades e testar todos continuamente.

O especialista também mencionou outras medidas, incluindo a implementação de um extenso plano de vacina de reforço para idosos, garantindo o fornecimento de medicamentos antivirais orais e kits de testes caseiros acessíveis, além de serviços médicos de triagem bem preparados e protocolos de quarentena domiciliar.

comentários

  • Usuário:
  • Comentar: