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Ministros das Relações Exteriores russo e ucraniano concordam em continuar diálogo sobre conflito

Fonte: Xinhua    13.03.2022 15h32

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, fala em uma entrevista coletiva após uma reunião tripartida em Antália, Turquia, no dia 10 de março de 2022. (Xinhua)

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, e seu colega ucraniano, Dmytro Kuleba, concordaram em continuar as negociações sobre o conflito, mas não conseguiram avançar na declaração de um cessar-fogo durante sua reunião na Turquia na quinta-feira.

A reunião tripartida, realizada à véspera do Fórum Diplomático de Antália, na presença do ministro das Relações Exteriores da Turquia, Mevlut Cavusoglu, foi a primeira reunião de alto nível entre Moscou e Kiev desde que a operação militar especial da Rússia na Ucrânia começou no dia 24 de fevereiro.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, fala em uma coletiva de imprensa após uma reunião tripartida em Antália, Turquia, no dia 10 de março de 2022.

CONTINUAÇÃO DAS NEGOCIAÇÕES

Em entrevista coletiva após a reunião, Kuleba disse que está pronto para se encontrar com Lavrov novamente no mesmo formato com a Turquia como mediadora, enquanto Lavrov disse que a Rússia quer continuar as negociações com a Ucrânia dentro do formato atual na Bielorrússia.

"Viemos aqui não para mudar o formato das negociações que estão ocorrendo na Bielorrússia. Não criaremos um caminho paralelo. Se houver valor agregado, estamos prontos para discuti-lo em diferentes formatos", disse Lavrov a repórteres.

"Todo mundo está bem ciente de que o presidente, Vladimir Putin, nunca recusa contatos. Nós só queremos que esses contatos sejam organizados não apenas por eles, mas para estabelecer alguns acordos específicos", disse Lavrov.

O alto diplomata russo disse que as discussões com seu colega ucraniano se concentraram principalmente nos "esforços de nossos amigos na Turquia em questões relacionadas ao campo humanitário", referindo-se aos esforços de mediação de Ancara.

Ele também alertou que o Ocidente se comporta de forma perigosa em reação à situação na Ucrânia, acrescentando que a operação militar da Rússia está acontecendo de acordo com o plano.

Em uma coletiva de imprensa separada, Cavusoglu disse que a Turquia está pronta para continuar seus "esforços de diplomacia entre a Rússia e a Ucrânia" e desempenhou um papel de "facilitador" durante a reunião, acrescentando que os lados ucraniano e russo não se opõem a mais reuniões em princípio.

As delegações ucraniana e russa realizaram três rodadas de negociações de paz na Bielorrússia desde a semana passada, embora elas tenham terminado sem um avanço significativo.

 

SEM ACORDO SOBRE CESSAR-FOGO

Kuleba observou o fracasso em fazer progressos na declaração de cessar-fogo.

A Turquia enfatizou que os corredores humanitários na Ucrânia devem ser mantidos abertos sem quaisquer obstáculos, disse Cavusoglu após a reunião.

Na quinta-feira, a Ucrânia continuou evacuando civis de cidades e vilarejos devastados por conflitos através de sete corredores humanitários no norte, centro-norte, leste e sul da Ucrânia, informou a agência de notícias Interfax-Ucrânia, citando a vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk.

Na quarta-feira, mais de 40.000 civis foram evacuados da Ucrânia em apenas um dia.

Enquanto isso, a empresa estatal de energia da Ucrânia Ukrenergo também pediu na quinta-feira um cessar-fogo para permitir que as equipes de reparo entrem e restaurem o fornecimento de energia para a usina nuclear de Chernobyl.

"Está tudo pronto para repararmos imediatamente as linhas e retomar o fornecimento de energia para a usina nuclear de Chernobyl, que foi desconectada da energia por mais de um dia. Basta parar de bombardear e deixar nossas equipes de reparo trabalharem", afirmou a Ukrenergo em comunicado no Facebook.

Mais cedo na quinta-feira, o canal de notícias bielorrusso BelTA afirmou no Telegram que o presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, instruiu especialistas para garantir o fornecimento de energia para a usina de Chernobyl, embora Ukrenergo tenha relatado posteriormente que a Ucrânia não precisa de assistência da Bielorrússia para reparar a usina.

 

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