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Contra todas as probabilidades, Olimpíadas de Inverno abrem em Beijing, cidade dupla-olímpica

Fonte: Xinhua    06.02.2022 09h27

Beijing está imersa no brilho da chama olímpica pela segunda vez após os Jogos Olímpicos de Inverno de 2022 abrirem oficialmente na noite de sexta no estádio Ninho do Pássaro - um local icônico dos Jogos de Verão de 2008.

Às 21h51, horário de Beijing, o presidente chinês Xi Jinping declarou os Jogos abertos, diante de uma audiência de cerca de 40 mil pessoas e diversos líderes de Estado e dignitários internacionais, incluindo o presidente russo Vladimir Putin e o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Tendo já sediado com sucesso os Jogos Olímpicos de Verão há 14 anos, Beijing torna-se a primeira cidade de todos os tempos a organizar as edições de verão e inverno do evento global desportivo de gala.

A tocha foi revezada dentro do estádio entre sete proeminentes atletas chineses, cada um dos cinco primeiros representando uma década de nascimento entre os anos 1950 e 1990. Em seguida, no que se prometia ser uma forma revolucionária de acender o caldeirão olímpico, a esquiadora chinesa cross-country, Dinigeer Yilamujiang, e o biatleta Zhao Jiawen, ambos nascidos após 2000, colocaram conjuntamente a tocha no meio de um caldeirão gigante em forma de floco de neve, que subiu ao topo do estádio.

Em vez de um fogo ardente queimando no caldeirão, desta vez, a chama olímpica estava dançando levemente no ar no coração do caldeirão.

A inovação da cerimônia de acendimento representa o compromisso da China com uma marca ecológica e de baixo carbono, em consonância com o princípio de realizar Jogos "verdes, inclusivos, abertos e limpos" apresentados pelo presidente Xi, que orientou o trabalho preparatório desde que a China venceu a candidatura em 2015.

"Hoje, testemunhamos aqui como Beijing se torna a primeira cidade a sediar as edições de verão e inverno dos Jogos Olímpicos, e como a China escreve um novo capítulo na história do Movimento Olímpico", disse Cai Qi, presidente do Comitê Organizador de Beijing 2022 (BOCOG), em seu discurso na cerimônia de abertura.

O caminho da China para a glória olímpica não foi sem desafios.

No início de 2020, o surto repentino da pandemia da COVID-19 interrompeu os preparativos dos Jogos. As principais reuniões entre o BOCOG e os funcionários do Comitê Olímpico Internacional (COI) na Suíça foram realizadas virtualmente.

Além disso, a pandemia resultou no adiamento ou cancelamento de uma série de eventos de teste. Havia até preocupações de que os Jogos de 2022 pudessem ser adiados, como foram os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

No entanto, os organizadores conseguiram preparar tudo para os Jogos de Inverno. Uma série de contramedidas rigorosas contra a COVID-19 foram colocadas em prática para garantir a segurança dos participantes dos Jogos e da população local.

O presidente do COI, Thomas Bach, elogiou a abertura dos Jogos e agradeceu aos organizadores chineses.

"Infelizmente, a pandemia global ainda é uma realidade para todos nós. Portanto, nossa gratidão é ainda mais profunda para o Comitê Organizador de Beijing 2022, para as autoridades públicas e para todo o povo chinês. Obrigado por fazer esses Jogos Olímpicos de Inverno acontecerem e fazê-los decorrerem de forma segura para todos", disse Bach.

Como o primeiro evento multiesportivo internacional realizado como programado desde o início da pandemia da COVID-19, Beijing 2022 será mais um palco para demonstrar que o esporte pode liderar o caminho para reunir o mundo com o espírito olímpico, como é a mensagem do lema oficial dos Jogos - "Juntos por um Futuro Compartilhado".

Contra pedidos de alguns políticos ocidentais para um chamado boicote diplomático, cerca de 2.900 atletas de 91 países e regiões estão competindo em Beijing 2022, fazendo com que se torne um dos maiores na história dos 98 anos dos Jogos Olímpicos de Inverno.

A cerimônia de sexta-feira começou logo após Xi e Bach entrarem no estádio.

Dançarinos de praças com idades entre cinco e mais de 70 anos apresentaram um show de aquecimento antes da contagem regressiva para a cerimônia de abertura.

Vídeos de 10 cidades chinesas foram exibidos durante o pré-show, simbolizando a campanha da China para engajar 300 milhões de pessoas nos esportes de inverno, uma promessa que havia sido cumprida antes do início do evento.

"Esta conquista extraordinária é o início de uma nova era para os esportes de inverno globais. Isso elevará a participação mundial a novos níveis, beneficiando o povo chinês, bem como os entusiastas dos esportes de inverno em todo o mundo", disse Bach.

A contagem regressiva final foi saudada com emoção, e começou a partir do número 24, representando a 24ª edição dos Jogos Olímpicos de Inverno e 24 termos solares no tradicional calendário lunar chinês.

A grandiosa abertura de Beijing 2022 coincidiu com o primeiro dos termos solares, "Lichun", que indica o início da primavera.

Diferente da cerimônia de abertura de quatro horas dos Jogos de 2008, o show desta vez foi reduzido para cerca de duas horas devido ao tempo frio e à pandemia.

Cerca de 3 mil artistas, aproximadamente um quinto do número nas Olimpíadas de 2008, participaram da cerimônia de sexta-feira e nenhum deles eram celebridades ou artistas profissionais.

Este é um esforço por parte do diretor Zhang Yimou para destacar a participação das pessoas. Ele também esteve por trás do impressionante espetáculo de 2008.

"É sempre sobre as pessoas. O espírito, a emoção e a esperança são sempre os pontos-chave", disse.

Como tradição para o desfile de atletas, a Grécia entrou no estádio Ninho do Pássaro primeiro na sexta-feira à noite, enquanto a anfitriã, China, marchou por último após a nação anfitriã dos Jogos de Inverno de 2026, a Itália.

Como nos Jogos de 2008, a sequência de entrada foi baseada no número das pinceladas do primeiro caractere dos nomes dos países em chinês, com a Turquia seguindo a Grécia.

A delegação da China, com um recorde de 388 membros nos Jogos Olímpicos de Inverno, foi recebida com saudações e aplausos estrondosos do público, assim como as delegações de Taipei Chinês e Hong Kong da China, com 15 e 13 membros, respectivamente.

Nos próximos 16 dias, os 177 atletas da China competirão em 104 eventos em 15 modalidades em todos os sete esportes, a maior presença do país nos jogos de inverno.

Na verdade, a China nunca havia competido em cerca de um terço dos 109 eventos no programa esportivo de Beijing 2022 quando a cidade recebeu em 2015 o direito de sediar os Jogos.

Há quatro anos, em PyeongChang, a China disputou apenas 53 eventos de 12 modalidades, e levou para casa um ouro, seis pratas e dois bronzes, ficando em 16º lugar na contagem de medalhas de ouro.

A atleta de skeleton Zhao Dan e o patinador de velocidade Gao Tingyu, os portadores da bandeira da delegação chinesa, juntamente com outros favoritos a medalhas, como o campeão olímpico Wu Dajing e a nova estrela de esqui estilo livre Gu Ailing, ajudarão a cumprir a ambição da China de alcançar resultados frutíferos no gelo e neve em seu próprio território.

A Noruega, que liderou a pontuação com 14 ouros e 39 medalhas em PyeongChang, estabeleceu uma humilde meta de 32 medalhas para sua equipe de mais de 81 membros, enquanto que a Alemanha, que estava no segundo lugar há quatro anos, espera terminar entre os três melhores desta vez.

A Arábia Saudita e o Haiti fizeram a história ao fazer sua estreia nos Jogos Olímpicos de Inverno em Beijing, enquanto a República Tcheca, Dinamarca e Suécia enviaram suas maiores equipes olímpicas de inverno.

As 91 placas com os nomes de cada equipe participante se uniram para formar um único e grande floco de neve, emoldurado por ramos de oliveira. O enorme floco de neve, que mais tarde se tornou o caldeirão, demonstrou o princípio tradicional chinês de as pessoas viverem em paz e harmonia universais.

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