Jerónimo de Sousa, o secretário-geral do Partido Comunista Português (PCP) foi entrevistado pelo Diário do Povo, por ocasião do centésimo aniversário do PCCh, endereçando "as mais calorosas felicitações ao Comité Central do Partido Comunista da China e ao seu secretário-geral, camarada Xi Jinping".
Recordando a primeira visita que fizera à China, em 1988, integrando uma delegação da Assembleia da República de Portugal, o líder do PCP pôde "tomar contacto com a ação do PCCh para promover o desenvolvimento do país e as grandes transformações económicas então em curso na China".
Posteriormente, após 2005, já como secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa aludiu aos "significativos progressos alcançados no enfrentar de problemas sociais de grande dimensão e extraordinários avanços no desenvolvimento das forças produtivas, incluindo notáveis realizações no plano científico e tecnológico".
"Naturalmente e como se compreenderá, cabe em primeiro lugar ao PCCh e ao povo chinês avaliar o imenso caminho percorrido pela China. Mas creio que qualquer observador honesto não pode deixar de reconhecer nos êxitos alcançados pela República Popular da China no seu desenvolvimento a superioridade dos valores e ideais do socialismo que orientaram o PCCh desde a sua fundação e que conduziram ao triunfo da revolução chinesa", prossegue, enfatizando que a erradicação da pobreza extrema e a gestão da pandemia são alvo de ataques de agentes externos que "procuram dificultar o desenvolvimento económico e tecnológico da China e o seu crescente papel na vida internacional".
No seguimento das ameaças à integridade territorial chinesa que têm ocorrido recentemente, Jerónimo de Sousa exprimiu a solidariedade dos membros do seu partido, opondo-se à política de "ingerência e confrontação" e apelando ao respeito pela Carta das Nações Unidas.
Na perspetiva da cooperação de benefício mútuo, o PCP encara positivamente a "audaciosa" iniciativa chinesa do Cinturão e Rota, "baseada na igualdade de direitos e respeito mútuo", como uma opção "importante na diversificação das relações externas de Portugal".
O secretário-geral conclui avaliando "muito positivamente o percurso trilhado desde a reaproximação fraternal iniciada em 1986, com a visita do camarada Álvaro Cunhal à China, e queremos aprofundá-lo no interesse das relações de amizade e cooperação entre o povo português e o povo chinês, entre Portugal e a República Popular da China e da causa da paz e da amizade entre os povos de todo o mundo".