Cerca de 2,6 milhões de pessoas, ou quase 22 por cento da população, em 66 dos 74 distritos da Somália são afetados pelo agravamento da seca, segundo a agência humanitária da Organização das Nações Unidas na quarta-feira.

O Escritório da ONU para a Coordenação de Assuntos Humanitários (UNOCHA) afirmou que quase 113 mil pessoas foram deslocadas pela seca em toda a Somália.

"A falta de acesso a água potável e segura, juntamente com instalações precárias de higiene e saneamento aumentaram o risco geral de doenças transmitidas pela água, com um aumento na suspeita de casos de diarreia aquosa aguda/cólera e sarampo", afirmou o UNOCHA em sua última atualização sobre a situação de seca.

A Somália está enfrentando um agravamento da seca após três estações chuvosas consecutivas fracassadas, e corre o risco de uma quarta consecutiva em 2021, de acordo com a ONU.

O governo somali declarou na terça-feira o estado de emergência devido à severa situação de seca no país.

O primeiro-ministro Mohamed Roble, que fez o anúncio depois de presidir uma reunião de gabinete em Mogadíscio, pediu ajuda humanitária urgente para as pessoas afetadas pela severa seca em algumas partes do país.

Tanto o governo quanto os parceiros humanitários estão aumentando as respostas e reprogramando atividades para atender às necessidades emergentes críticas, mas seus esforços são limitados por questões de financiamento e acesso em algumas das áreas afetadas.

A ONU alertou que cerca de 3,5 milhões de somalis já enfrentam insegurança alimentar aguda e que, sem apoio urgente e ampliado, a situação provavelmente se agravará ainda mais.

O relatório afirmou que a insegurança alimentar e as necessidades humanitárias agudas foram relatadas em todos os setores, com mais de 5,9 milhões de pessoas atualmente necessitando de assistência humanitária e proteção.

A ONU projeta que 7,7 milhões de pessoas na Somália precisarão de assistência humanitária e proteção em 2022 devido a conflitos em várias partes do país, choques climáticos recorrentes, especialmente secas e inundações, surtos de doenças, incluindo COVID-19 e agravamento da pobreza.