Ajuda agrícola da China eleva segurança alimentar dos africanos

Fonte: Xinhua    09.11.2021 10h44

A estação seca em Moçambique é sempre fresca e agradável. No laboratório UMBELUZI do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique, 25 estudantes aprendiam teoria de segurança alimentar e operação de equipamentos com um especialista chinês.

Esse foi o primeiro curso de treinamento em segurança alimentar que eles fizeram. Os alunos que vieram de laboratórios e escolas agrícolas locais estavam todos interessados no assunto. Após este treinamento, alguns começariam então a realizar inspeções de segurança alimentar.

Dorcilia Miriam Tiago, estagiária de uma escola agrícola em Boane, disse que as aulas do Sr. Wu Guiyun lhe deram uma perspectiva diferente sobre a segurança alimentar, e espera poder trabalhar nesta indústria no futuro.

Há três anos, Wu Guiyun e nove experientes especialistas agrícolas chineses viajaram até Moçambique para realizar um projeto de assistência agrícola de três anos. Combinando investigações de campo e a própria perícia de Wu, este especialista em processamento de produtos agrícolas decidiu colocar a melhoria do nível de inspeção de segurança alimentar como o foco de seu trabalho.

"Como muitos países africanos, Moçambique enfrenta problemas internos de alimentos e vestuário que ainda não foram resolvidos, e o problema de segurança alimentar começou a ameaçar a saúde das pessoas", disse Wu, acrescentando que, segundo relatório, o aumento de doenças locais, como as cardiovasculares e o câncer, está relacionado com as substâncias químicas encontradas nas plantações.

Além disso, um relatório emitido pelo governo local e pela Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID, em inglês) em 2020 também mostrou que a aflatoxina está associada ao atraso no crescimento das crianças em Moçambique.

Amendoim, milho e mandioca são os principais alimentos do povo africano. Wu disse que a colheita desses alimentos em condições úmidas e quentes é propensa a produzir aflatoxina. Como resíduos de pesticidas, a detecção de tais substâncias requer equipamento de teste completo e consumíveis de apoio, que eram escassos no laboratório UMBELUZI.

"Eu não podia acreditar no que vi quando abri a porta", Wu recordou sua primeira impressão do laboratório UMBELUZI. "Havia apenas alguns dispositivos básicos. Era quase impossível realizar trabalhos de inspeção".

Em 3 meses, Wu e seus colegas chineses doaram um lote de detectores rápidos de aflatoxina e de resíduos de pesticidas da China, e também consertaram todo o equipamento danificado para melhorar o hardware do laboratório.

Para ajudar o pessoal local a dominar as habilidades de inspeção de segurança alimentar o mais rápido possível, eles também compilaram um conjunto de instruções de trabalho, traduzidas para o português, e instruíram os técnicos locais a conduzir inspeções independentes.

Agora, esse laboratório pode realizar vários projetos de análise de produtos agrícolas, como testes rápidos de resíduos de pesticidas e aflatoxinas, testes de qualidade de óleo de cozinha e testes de modificação genética. Alguns técnicos locais também podem realizar seus próprios testes.

Olga Lurdes Jossias Fafetine, reitora do Instituto de Investigação Agrária de Moçambique, elogiou o trabalho do Sr. Wu nos testes e agradeceu a ele por trazer a nova tecnologia.

O apoio ao desenvolvimento agrícola e à segurança alimentar da África são áreas essenciais da cooperação China-África. Na Cúpula de Beijing do Fórum de Cooperação China-África realizada em setembro de 2018, a China declarou que trabalhará com a África para construir uma comunidade China-África com um futuro compartilhado, realizar ações-chave em oito áreas principais e implementar 50 projetos de ajuda agrícola enquanto envia 500 especialistas experientes em agricultura.

Na área de segurança alimentar, além do trabalho de Wu em Moçambique, alguns outros projetos foram lançados. Alguns anos atrás, houve uma epidemia de antropozoonose em algumas áreas de pastagem de Djibuti na África Oriental. Com os esforços do especialista veterinário chinês Xiao Renrong, esta situação foi efetivamente aliviada.

"Isso foi causado por algumas vacas leiteiras e cabras portadoras de bactérias como a da tuberculose. A antropozoonose causada por tais bactérias é um dos fatores que ameaçam a saúde dos africanos", disse Xiao à Xinhua.

Desde 2009, Xiao tem participado do projeto de ajuda ao Djibuti. Ele viajou para as principais áreas de pastagem em todas as regiões do país, escreveu mais de 1 milhão de palavras em relatórios de pesquisa e materiais de treinamento, monitorou mais de 5 mil vacas leiteiras, ovelhas e camelos, e forneceu medidas de prevenção, controle e purificação para fazendas de gado contaminadas.

"Graças aos especialistas chineses, os residentes foram protegidos da doença e minhas perdas reduzidas", disse Hussein Goubetto, cujas vacas foram testadas para tuberculose.

Yue Chenghe, especialista veterinário laboratorial que agora trabalha em Moçambique, disse que o maior significado deste trabalho é permitir que mais pessoas locais aumentem sua conscientização sobre a segurança alimentar através da transferência de conhecimentos.

De acordo com estatísticas, a China assinou memorando de entendimento ou protocolo sobre cooperação agrícola com quase 20 países africanos, construiu centros de demonstração de tecnologia agrícola em mais de 20 países africanos e enviou quase 100 equipes de especialistas para quase 40 países. Acumulativamente, mais de 300 variedades de culturas foram testadas em países africanos, e mais de 500 tecnologias práticas foram transferidas.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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