Chanceler chinês pede cooperação mais forte entre países vizinhos do Afeganistão para paz e estabilidade duradouras

Fonte: Xinhua    29.10.2021 09h48

A China está pronta para trabalhar com todos os países vizinhos do Afeganistão para fortalecer a coordenação e a cooperação nas questões relacionadas ao Afeganistão, de modo a ajudar a alcançar a paz e a estabilidade duradouras no país, disse o conselheiro de Estado e ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi.

Em uma mensagem de vídeo para a Segunda Reunião dos Ministros das Relações Exteriores dos Países Vizinhos do Afeganistão, realizada na quarta-feira, Wang observou que a primeira Reunião dos Ministros das Relações Exteriores realizada em setembro foi um movimento criativo, pois os participantes lançaram oficialmente o mecanismo de coordenação e cooperação entre os países vizinhos do Afeganistão e emitiram uma declaração conjunta cobrindo uma ampla gama de questões.

Durante a reunião, os países estabeleceram o consenso político para trabalhar em conjunto para enfrentar as mudanças na situação afegã, demonstraram seu papel único como vizinhos do Afeganistão e deixaram claro suas preocupações razoáveis, disse ele, acrescentando que a reunião chamou considerável atenção da comunidade internacional.

A China está pronta para trabalhar com todos os países vizinhos do Afeganistão, com base na primeira reunião dos ministros das Relações Exteriores, para dar pleno jogo às vantagens, forças, singularidade e cooperação deles como vizinhos do Afeganistão, de modo a ajudar a garantir a paz e a estabilidade duradouras no Afeganistão, observou Wang.

Ele destacou que o Afeganistão está em um momento crucial para transformar a turbulência em ordem e agora enfrenta tanto desafios quanto oportunidades, tanto dificuldades quanto esperanças. Como seus vizinhos, todos os países esperam ver o Afeganistão desfrutar da paz, estabilidade, desenvolvimento econômico, harmonia étnica e boa vizinhança.

Ele também mencionou que, recentemente, a comunidade internacional também expressou expectativas e preocupações com a evolução da situação afegã, por exemplo, através da reunião do Formato de Moscou na semana passada.

Sob as novas circunstâncias, todos os países vizinhos do Afeganistão devem, com base no respeito à soberania, independência e integridade territorial do Afeganistão e aderindo ao princípio "liderado pelos afegãos, de propriedade afegã", intensificar a coordenação e a cooperação nas questões relacionadas ao Afeganistão, a fim de acabar com o caos e restaurar a estabilidade no país, evitar efeitos de derramamento dos problemas de segurança e ajudar o país a embarcar em um caminho rumo à boa governança, enfatizou.

A este respeito, o diplomata chinês sênior fez quatro propostas.

Primeiro, fazer engajamento ativo e mostrar orientação. Todas as partes devem dar importância à oportunidade de que o governo interino afegão é adaptável e moldável e entrar em contato e falar com ele de forma racional e pragmática, para aumentar a confiança mútua e exercer influência positiva, disse ele. Os países vizinhos devem encorajar o Afeganistão a tomar uma posição política inclusiva e com base ampla, adotar políticas internas e externas moderadas e prudentes, proteger os direitos e interesses básicos das minorias étnicas, mulheres e crianças, lutar contra o terrorismo resolutamente e buscar políticas de boa vizinhança, amizade e cooperação.

É natural que os vizinhos tenham algumas diferenças, mas nem o impasse nem a confrontação fornecem uma solução sustentável, disse Wang, observando que o caminho certo é ser prospectivo, acomodar as preocupações razoáveis uns dos outros e buscar a coexistência em paz.

Em segundo lugar, expandir a coordenação multilateral. Wang pediu que os países regionais aumentem o reforço mútuo e construam sinergia entre os vários mecanismos sobre o Afeganistão, e apoiem a Organização das Nações Unidas (ONU) como um coordenador-chave em campos como a manutenção da estabilidade, a prevenção do caos e o fornecimento da assistência emergencial.

Ele também instou os Estados Unidos e outros países ocidentais a assumirem sua responsabilidade primária em ajudar o Afeganistão a emergir das dificuldades para a vitalidade, especialmente suspender agora as sanções unilaterais sobre o Afeganistão para que seus ativos estatais sejam usados para atender às necessidades urgentes da população o mais rápido possível. A Organização Mundial da Saúde também precisa intensificar a coordenação e fornecer mais vacinas, suprimentos médicos e equipamentos de proteção para o Afeganistão para controlar a disseminação da COVID-19 o mais breve possível, disse ele.

Terceiro, fortalecer a cooperação contra o terrorismo. Todas as partes devem não apenas encorajar a nova autoridade afegã a fazer uma ruptura clara com as forças terroristas, mas também apoiá-la no combate independente, resoluta e eficaz a todas as organizações extremistas e terroristas, incluindo o Estado Islâmico no Iraque e o Levante (ISIL) e o Movimento Islâmico do Turquestão Oriental (ETIM), disse Wang.

Ele também propôs considerar positivamente a realização de diálogos e cooperação bilaterais e multilaterais contra o terrorismo com o Afeganistão em um momento apropriado e forjar uma frente unida contra o terrorismo através de plataformas multilaterais, como a ONU e a Organização de Cooperação de Shanghai.

Quarto, promover a paz e a reconstrução. Os países vizinhos devem tomar ações coordenadas e robustas para aumentar continuamente as trocas econômicas e comerciais com o Afeganistão, explorar a conectividade da infraestrutura e ajudar o Afeganistão a participar da cooperação para a construção conjunta do Cinturão e Rota, disse o diplomata chinês sênior, instando o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional a considerarem como retomar o apoio de financiamento para o Afeganistão, com o objetivo de ajudar o país a embarcar em um caminho de desenvolvimento sólido.

Wang disse que, como um grande país responsável e vizinho do Afeganistão, a China sempre tem desempenhado um papel construtivo na questão do Afeganistão. Na primeira reunião dos ministros das Relações Exteriores, a China anunciou 200 milhões de yuans (US$ 31,2 milhões) em assistência humanitária de emergência ao Afeganistão. O primeiro lote de suprimentos chegou a Cabul e a entrega do restante está bem encaminhada. A China continuará a fornecer apoio e ajuda ao povo afegão com o melhor de sua capacidade, acrescentou.

A China trabalhará com todos os lados para promover o progresso sólido e sustentado do mecanismo de coordenação e cooperação entre os vizinhos do Afeganistão e desempenhará um papel positivo em ajudar o povo afegão a realizar uma vida segura e feliz e alcançar a paz e o desenvolvimento o mais breve possível, disse Wang.

Os participantes da Segunda Reunião dos Ministros das Relações Exteriores enfatizaram que, a atual situação no Afeganistão está em um estágio crítico, e os países vizinhos e países importantes da região devem coordenar suas posições em tempo hábil e tomar as medidas necessárias para desempenhar um papel maior.

Aqueles países principalmente responsáveis pela atual situação difícil no Afeganistão devem honrar seus compromissos de forma realmente séria e fornecer assistência muito necessária ao Afeganistão, observaram.

Com a premissa de respeitar a independência soberana e a integridade territorial do Afeganistão, a comunidade internacional deve se engajar ativamente e conversar com ele, encorajar e orientar o Afeganistão a formar um governo inclusivo e implementar políticas internas e externas moderadas e prudentes, para cumprir com seriedade seus compromissos de combater firmemente o terrorismo, proteger os direitos das mulheres, crianças e minorias étnicas, e viver em harmonia com outros países do mundo, especialmente os países vizinhos, disseram os participantes.

Eles também pediram à comunidade internacional, à ONU e a outras organizações internacionais que forneçam mais assistência humanitária emergencial ao Afeganistão, aprofundem a cooperação econômica e a interconectividade com o Afeganistão e ajudem o Afeganistão a alcançar a segurança, a estabilidade e a reconstrução econômica.

A reunião foi realizada em Teerã, capital do Irã, tanto online quanto offline, presidida pelo ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian. O primeiro-vice-presidente iraniano, Mohammad Mokhber, fez um discurso de abertura, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, proferiu um discurso por vídeo.

Participaram da reunião o vice-primeiro-ministro turco e ministro das Relações Exteriores, Rashid Meredov, o ministro das Relações Exteriores paquistanês, Shah Mahmood Qureshi, o ministro das Relações Exteriores do Tajiquistão, Sirojiddin Muhriddin, e o ministro das Relações Exteriores do Uzbequistão, Abdulaziz Kamilov. O ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, tomou a palavra através de um link de vídeo. Yue Xiaoyong, enviado especial para assuntos afegãos do Ministério das Relações Exteriores chinês, participou da reunião. Uma declaração conjunta foi emitida depois dela. De acordo com o consenso de todas as partes, a terceira reunião dos ministros das Relações Exteriores será realizada na China em 2022.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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