A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) do Brasil, referência mundial em pesquisas biomédicas, recomendou nesta sexta-feira a adoção de um passaporte de vacinação contra o novo coronavírus (COVID-19) no país para estimular e ampliar a imunização.
Em texto publicado em seu boletim semanal sobre a situação da COVID-19 no Brasil, a Fiocruz defendeu a adoção do passaporte de vacinação em todos os estados do país, alegando que, do ponto de vista da saúde pública, "a proteção de uns depende da proteção de outros e não haverá saúde para alguns se não houver saúde para todos".
Para os pesquisadores da entidade, é importante que sejam elaboradas diretrizes a nível nacional sobre o passaporte de vacinas, para evitar a judicialização do tema, criando um cenário de instabilidade e comprometendo os ganhos obtidos com o avanço da vacinação.
"Reforçamos, portanto, que essa estratégia é central na tentativa de controle da circulação de pessoas não vacinadas em espaços fechados e com maior concentração de pessoas, para reduzir a transmissão da COVID-19, principalmente entre indivíduos assintomáticos", afirma o boletim.
No momento, cerca de 250 cidades brasileiras exigem o passaporte de vacinação, embora cada município estabelece suas próprias regras. As duas maiores cidades do país, São Paulo e Rio de Janeiro, exigem o passaporte, para frequentar eventos, feiras, congressos, academias, pontos turísticos, cinemas e teatros.
O passaporte de vacinação, porém, conta com a oposição do presidente do país, Jair Bolsonaro, que tem se pronunciado contra abertamente.