A China exige que os Estados Unidos tomem medidas imediatas para combater vigorosamente o tráfico humano e o trabalho forçado, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, nesta quinta-feira.
O funcionário fez as observações em uma coletiva de imprensa diária em resposta ao recente diálogo durante a 48ª sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU com o Relator Especial sobre as formas contemporâneas de escravidão. No evento, muitos países expressaram preocupação com o tráfico humano e o trabalho forçado nos Estados Unidos.
Zhao lembrou que o país historicamente têm praticado escravidão e comércio de escravos odiosos e cometido genocídio contra os índios americanos.
"Hoje, os Estados Unidos continuam atormentados com o tráfico humano e o trabalho forçado", disse Zhao, compartilhando estatísticas sobre as questões.
Nos últimos cinco anos, quase 100 mil pessoas foram traficadas anualmente do exterior para os Estados Unidos para trabalho forçado, com metade delas acabando em fábricas de suor ou escravidão doméstica, de acordo com Zhao.
Cerca de 500 mil trabalhadores infantis, muitos com menos de dez anos de idade, estão presos trabalhando 72 horas por semana no setor agrícola nos Estados Unidos; cerca de 240 mil a 325 mil mulheres e crianças no país são vítimas da escravidão sexual; a expectativa média de vida das crianças após o tráfico sexual é de 7 anos, acrescentou ele.
"A indiferença e a inação deliberada do governo dos Estados Unidos é diretamente culpável pela fermentação das questões de tráfico humano e trabalho forçado", disse Zhao, acrescentando que os Estados Unidos são o único país do mundo que não ratificou a Convenção sobre os Direitos da Criança, nem a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Contra Mulheres.
"Os Estados Unidos devem tomar medidas imediatas para ratificar tratados relevantes de direitos humanos, reprimir crimes de tráfico humano e trabalho forçado, resgatar mulheres e crianças inocentes e levar os responsáveis à justiça", apontou ele, acrescentando que o Conselho de Direitos Humanos e mecanismos relevantes devem dar atenção contínua a essas questões e tomar as medidas necessárias.