O presidente Jair Bolsonaro divulgou nesta quinta-feira uma Declaração à Nação na qual afirma que nunca teve "nenhuma intenção de agredir a quaisquer dos Poderes" e reitera "meu respeito às instituições da República, forças motoras que ajudam a governar o país".
"A democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em nome do povo e todos respeitando a Constituição", destacou Bolsonaro em um dos trechos da mensagem.
A declaração surge dois dias depois das manifestações do presidente no Dia da Independência, quando, em discursos ante seus apoiadores em Brasília e São Paulo, afirmou que não acataria mais decisões do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Moraes é responsável por um inquérito sobre um esquema de disseminação de fake news no qual se investiga a eventual participação do próprio presidente e seus filhos.
"Sei que boa parte dessas divergências surge de conflitos de entendimento acerca das decisões adotadas pelo ministro Alexandre Moraes no âmbito do inquérito das fake news. Mas na vida pública, as pessoas que exercem o poder, não têm o direito de 'esticar a corda', a ponto de prejudicar a vida dos brasileiros e sua economia", disse Bolsonaro.
O presidente acrescentou que essas questões "devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art. 5º da Constituição Federal".
"Por isso quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum", destacou a nota oficial do presidente.
Bolsonaro disse ainda que "sempre esteve disposto a manter um diálogo permanente com os demais Poderes para a manutenção da harmonia e a independência entre eles".
A "Declaração à Nação" foi divulgada após encontro de Bolsonaro com o ex-presidente Michel Temer (2016-2018), que foi a Brasília em um avião da Força Aérea brasileira enviado a São Paulo para buscá-lo.
Segundo a assessoria de Temer, o ex-presidente ajudou a redigir a nota e intermediou um telefonema de Bolsonaro a Alexandre de Moraes, indicado por ele ao STF depois de atuar como seu Ministro da Justiça.