O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, pediu na segunda-feira aos Estados Unidos que parem de fazer acusações injustificadas contra outros países a respeito do rastreio da origem do coronavírus e conduzam investigações em seus próprios laboratórios.

Wang fez os comentários em uma coletiva de imprensa diária em resposta ao foco da mídia no bio-laboratório na Universidade da Carolina do Norte (UNC) e Ralph Baric, pelo historial problemático de segurança do primeiro e pelas técnicas do último na síntese artificial de coronavírus.

Por algum tempo, disse Wang, os Estados Unidos têm insistentemente promovido a chamada "teoria do vazamento do Instituto de Virologia de Wuhan", desconsiderando a conclusão do relatório de estudo da OMS-China de que "uma origem laboratorial da pandemia foi considerado extremamente improvável". Chegou-se ao ponto de pedir à comunidade de inteligência que fabrique um relatório sobre a investigação da origem.

"No entanto, os Estados Unidos não param de difamar a China. Continuam alegando que o vírus proveio de um vazamento de laboratório, mas, na verdade, nenhum outro país mais deve ser alvo que os Estados Unidos", disse Wang.

Os Estados Unidos foram os primeiros a iniciar pesquisas em vírus recombinantes e possuem uma força incomparável nessa área. Também financiaram e conduziram mais pesquisas sobre o coronavírus do que qualquer outro país, disse, citando pesquisas realizadas e entrevistas dadas por Baric.

"Uma investigação na equipe e no laboratório de Baric é tudo o que precisamos para esclarecer se a pesquisa do coronavírus pode criar ou se criou um novo coronavírus", disse Wang.

Ele também disse que os Estados Unidos têm os piores registros de segurança de laboratórios biológicos do mundo, citando relatórios de incidentes de laboratório envolvendo organismos geneticamente modificados pela Universidade da Carolina do Norte. Os detalhes importantes do fato, como a natureza das modificações genéticas e os incidentes foram deliberadamente excluídos dos relatórios.

Baric colabora estreitamente com os dois institutos envolvidos na pesquisa de vírus e coronavírus de alto risco em Fort Detrick, o Instituto de Pesquisa Médica de Doenças Infecciosas do Exército dos EUA (USAMRIID) e o Centro de Pesquisa Integrado em Fort Detrick (IRF-Frederick), acrescentou.

Wang disse que os Estados Unidos se esforçaram para provar que o novo coronavírus vazou do laboratório de Wuhan. No entanto, os especialistas da OMS visitaram por duas vezes e concluíram que um vazamento é extremamente improvável.

"Eu me pergunto quando os Estados Unidos planejam convidar especialistas da OMS para investigar o laboratório biológico da UNC e o USAMRIID? Sugerimos que os Estados Unidos parem de jogar lama nos outros e, em vez disso, averiguem o que aconteceu em seus próprios laboratórios primeiro", disse o porta-voz.