Brasil espera ampliar exportações de frutas frescas para a China

Fonte: Xinhua    22.06.2021 15h24

O Brasil espera exportar para a China algumas de suas principais frutas produzidas no país, como uva e manga, afirmou a Ministra da Agricultura, Tereza Cristina Corrêa da Costa Dias.

Em uma entrevista concedida à imprensa internacional, Tereza Cristina disse que o Brasil atualmente é o terceiro maior produtor mundial de frutas, embora não apareça entre os principais exportadores do setor, algo que o mercado chinês poderia fazer mudar se autorizar a chegada de novos produtos ao país asiático.

"No que se refere à exportação de frutas, apesar de sermos o terceiro maior produtor do mundo, estamos bem abaixo como exportadores. Para a China, a única fruta fresca que exportamos no momento é o melão", comentou.

Segundo a ministra, "estamos trabalhando muito porque o Brasil tem um potencial enorme, mas está apenas começando nessas exportações. Quero ver se este ano conseguimos abrir o mercado da China para a uva brasileira, uma fruta da maior qualidade, produzida em Petrolina (nordeste), ao longo do rio São Francisco e algumas outras frutas, como mangas, que já exportamos para outros países".

"Seria muito bem-vindo se a China abrisse suas portas para novas frutas frescas brasileiras, além das processadas", declarou Tereza Cristina.

Recentemente, foi inaugurada na capital chinesa, Beijing, a primeira Casa do Açaí, fruta típica da Amazônia brasileira, que, pouco a pouco, está conquistando o mercado chinês.

"O açaí só pode ser exportado processado, não ao natural. Um dos programas que temos no ministério da Agricultura, o Agronorte, trata do desenvolvimento da bioeconomia para os pequenos produtores, para os agricultores dos assentamentos, agricultores familiares... Um dos programas visa incentivar os produtos da bioeconomia e o açaí é um deles", explicou.

Tereza Cristina destacou a importância que a China tem para a economia brasileira, não só para o setor do agronegócio, e assegurou que o Brasil está aberto a novos acordos e parcerias com empresas chinesas.

"Nossa economia é liberal, somos um governo liberal, claro que existem parcerias, há várias empresas chinesas no Brasil, as maiores estão no setor de energia e, também temos no setor agropecuário, a COFCO, que está no Brasil e compra nossos produtos, e outras empresas chinesas que fazem parcerias com o setor empresarial brasileiro", destacou.

Em outro momento da entrevista, a ministra de Agricultura ressaltou que "o agronegócio brasileiro é riquíssimo" e representa una grande oportunidade para qualquer país que deseje produtos produzidos no Brasil, e reforçou a ideia do cuidado com a sustentabilidade que o agronegócio nacional tem.

"Temos um código ambiental debatido no Congresso durante 10 anos, estamos na frente de muitos países, mas muitas vezes nossa imagem não é entendida" no mundo, comentou.

Para Tereza Cristina, "nas próximas décadas, as transformações serão muito importantes e dependerão de como produzimos, como processamos nossos alimentos, como os distribuímos e como os consumimos, tanto em fibras como em energias renováveis".

Diante disso, recordou a liderança do Brasil como produtor sustentável e destacou a necessidade de levar em conta hábitos mais saudáveis em todo o mundo.

"A demanda é crescente, há novos hábitos de consumo, mais exigências em saúde e necessidade de adaptação ao aquecimento global. Acredito que será necessário aumentar a produção agrícola no mundo de forma sustentável, reduzir a perda e o desperdício de alimentos, fortalecer políticas de proteção social, reduzir as desigualdades de acesso e alimentos seguros e saudáveis, estes são pontos que estarão na agenda de nosso dia a dia no futuro."

Segundo ela, "o Brasil é um dos países com capacidade de liderar em todos esses aspectos. Temos um modelo de agricultura tropical que, junto com a ciência, permite uma maior produtividade da terra. Isso não começou agora, vemos isso a cada dia no agronegócio brasileiro, isso começou há 50 anos, quando o Brasil deixou de ser um importador líquido de alimentos para ser um produtor e um grande exportador em vários de seus produtos".

Tereza Cristina explicou ainda que o governo brasileiro planeja criar uma nova lei para facilitar o rastreamento da produção e o fornecimento de gado, apontado como um dos fatores que causam o desmatamento na Amazônia.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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