O presidente dos EUA, Biden, se reuniu com seu homólogo russo, Vladimir Putin, para seu primeiro encontro pessoal com Biden como presidente. A reunião durou cerca de quatro horas.
As relações vêm se deteriorando há anos, principalmente com a anexação da Crimeia da Ucrânia pela Rússia em 2014, sua intervenção em 2015 na Síria e as acusações dos EUA - negadas por Moscou - de intromissão na eleição de 2016 que trouxe Donald Trump à Casa Branca.
A situação se agravou ainda mais em março, quando Biden disse que pensava que Putin era um "assassino", o que levou a Rússia a chamar de volta seu embaixador em Washington para consultas. Os Estados Unidos chamaram de volta seu embaixador em abril. Após a reunião, Putin disse que ele e Biden concordaram em devolver embaixadores aos cargos em uma tentativa de diminuir as tensões.
Em uma entrevista coletiva após a reunião, Putin chamou Biden de "um estadista experiente", que era "muito diferente de seu antecessor, o presidente Trump". Quando questionado sobre o quanto ele confiava em Biden, Putin disse que há "um fator de confiança", e "não é uma relação de confiança baseada na família".
Embora Biden tenha dito que pressionaria a Rússia antes da reunião, Putin disse que "não sentiu pressão", mas houve trocas francas. Putin disse que não houve desvios pessoais ou diplomáticos dos objetivos da conversa.
Respondendo à acusação anterior de Biden de que ele pensava que Putin era um “assassino”, Putin disse: “Eu sou um assassino? Como definimos assassino? Pessoas morrem o tempo todo”, ele acrescentou que nos EUA a polícia acabou de atirar nas costas de uma mulher negra, no Afeganistão, drones matam grupos de civis e os EUA dizem que foram erros. “Mas quem é o responsável?” Putin perguntou.
Putin enfatizou que a distorção de sua imagem na mídia dos EUA é algo com que ele vive há décadas. Ele falou sobre como dois meios de comunicação russos - RT e Sputnik - foram forçados a se registrar como agentes estrangeiros nos EUA, o que prejudicou sua capacidade de reportar livremente.
Segundo Putin, as agências russas cumpriram todas as regras e regulamentos dos EUA, mas as agências de imprensa dos EUA que operam na Rússia não seguem as leis e regulamentos russos.
Quando um jornalista pediu a Putin que explicasse a sua filha de 9 anos "qual é o problema" da cúpula e das relações Rússia-EUA, Putin disse que para tornar o mundo um lugar mais seguro e confiável, a Rússia e os EUA deveriam abordar juntos as "questões de armas terríveis", proteção ambiental, segurança alimentar e saúde. Ele pediu aos repórteres que cobrissem esta cúpula razoavelmente “com base nessas considerações”.
Quando questionado sobre as sanções dos EUA contra a Rússia, Putin avaliou: "Não há razão para nos encontrarmos, ameaçarmos e trocarmos ataques verbais. Não sabemos o que está se formando no aparato político americano. Quem vai prevalecer? Quem pode dizer? Esperançosamente, passos construtivos serão dados após esta sessão. "