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Eficácia das vacinas Sinopharm superam 70%, segundo estudo

Fonte: Diário do Povo Online    28.05.2021 10h52

As duas vacinas da farmacêutica doméstica Sinopharm são mais do que 70 por cento eficazes contra os casos sintomáticos de Covid-19, de acordo com um estudo publicado na quarta-feira, no primeiro ensaio clínico de terceiro estágio do mundo com vacinas inativadas.

A vacina, desenvolvida por uma unidade de Beijing do China National Biotech Group da Sinopharm, tem 78,1 por cento de eficácia contra casos sintomáticos de Covid-19, enquanto que a vacina feita pela unidade do grupo em Wuhan, província de Hubei, tem 72,8 por cento de eficácia, de acordo com os resultados divulgados online pela publicação The Journal of the American Medical Association.

O estudo assinala também a primeira vez que um fabricante doméstico de vacinas de Covid-19 divulgou dados dos testes de terceiro estágio em uma publicação internacional revisada por pares, segundo um comunicado da empresa divulgado na quinta-feira.

Ambas as vacinas requerem duas doses para completar a inoculação. Elas usam uma forma enfraquecida do coronavírus para desencadear uma resposta imunológica.

O teste foi iniciado em meados de julho e envolveu mais de 40.400 pessoas nos Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

Cerca de um terço dos participantes do estudo receberam a vacina da unidade de Beijing, um terço da unidade de Wuhan e o restante recebeu um placebo.

A análise provisória do ensaio demonstra que o tratamento de adultos com qualquer uma das vacinas SARS-CoV-2 inativadas "reduziu significativamente o risco de COVID-19 sintomático", disse o estudo.

Ambas as vacinas também demonstram um bom histórico de segurança, já que as taxas de reações adversas dentro de sete dias após a injeção foram aproximadamente as mesmas entre os três grupos.

Os sintomas adversos mais comuns foram dor no local da injeção e cefaleia, mas foram leves e transitórios, sem necessidade de tratamento especial. “Eventos adversos sérios foram raros”, disse o relatório, acrescentando que a coleta de dados para análise final estava em andamento.

Yang Weizhong, reitor executivo da Escola de Medicina e Saúde Pública da Academia Chinesa de Ciências Médicas e do Peking Union Medical College, disse que o estudo atesta que as vacinas domésticas passaram por testes científicos rigorosos que atendem aos padrões globais.

"O uso real das vacinas já havia atestado a segurança e eficácia das vacinas desenvolvidas internamente em várias ocasiões. O estudo é publicado em uma revista de renome mundial e foi aprovado na avaliação de pares. Espera-se que mais países e regiões em todo o mundo usem nossas doses", disse Yang.

A vacina da unidade do China National Biotech Group em Beijing foi a primeira a obter a aprovação condicional do mercado do principal regulador de medicamentos em 31 de dezembro.

A vacina do instituto de Wuhan foi aprovada para uso público na China em 25 de fevereiro.

A China administrou 566,7 milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 até quarta-feira, segundo dados da Comissão Nacional de Saúde. Além das duas vacinas da Sinopharm, três outras vacinas domésticas foram lançadas.

O novo estudo observou também que mais pesquisas e dados são necessários para avaliar a eficácia das vacinas da Sinopharm na proteção de mulheres grávidas, pessoas com menos de 18 anos, bem como grupos de alto risco, incluindo aqueles com doenças crônicas e idosos.

Sua eficácia na prevenção de casos graves e infecções assintomáticas e a duração da imunidade depende ainda de mais testes, acrescentou.

Yang Xiaoming, presidente do China National Biotech Group e especialista na força-tarefa de pesquisa e desenvolvimento de vacinas da China, disse em um fórum na quinta-feira que estudos preliminares comprovam que suas vacinas também podem proteger contra variantes da Covid-19 que surgiram no Reino Unido e África do Sul.

Ele disse que a empresa está aumentando sua produção rapidamente e tem como objetivo atingir uma capacidade de 3 bilhões de doses anuais até o final do próximo mês. A Sinopharm forneceu vacinas para cerca de 80 países e regiões em todo o mundo, e mais de 100 países levantaram pedidos de compra.

Como a campanha de vacinação em massa está progredindo sem incidentes em todo o país, Yang disse que a China deverá vacinar 560 milhões de pessoas até o final de junho e 70 a 80 por cento de sua população até outubro. 

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