Testes de comércio de carbono ganham força na China

Fonte: Diário do Povo Online    25.05.2021 16h17

Uma vasta extensão de painéis solares instalados num semi-deserto na província de Qinghai, no noroeste da China, transformando-o em um parque fotovoltaico. (Foto: China Daily)

Os testes do sistema de comércio de emissões de carbono em nível nacional da China foram conduzidos para garantir o lançamento bem-sucedido do sistema no final de junho, informaram as autoridades.

Mais de 30 empresas participaram dos testes de comércio de emissões de carbono por quase uma semana, disse Lai Xiaoming, presidente da Bolsa de Meio Ambiente e Energia de Shanghai, durante um fórum no sábado (22). Os testes, que usam capital real, vão durar mais algumas semanas, segundo ele.

De acordo com as regras provisórias para o comércio de emissões de carbono divulgadas em 5 de janeiro, o sistema estabelecerá um limite para a quantidade total de emissões de carbono permitidas. Uma empresa registrada precisa de uma unidade de cota para cada tonelada métrica de emissões de carbono. Ela pode comprar essas cotas com outras empresas.

Um mecanismo de duas cidades também foi adotado para o sistema de comércio de carbono. A Bolsa de Meio Ambiente e Energia de Shanghai é responsável pela construção do sistema de comércio, enquanto a Bolsa de Emissões de Hubei da China em Wuhan, província de Hubei, lida com as solicitações e a coleta dados.

A negociação de capital real é parte da verificação de teste conjunto iniciado em 7 de maio, que visa testar funções importantes, como análise histórica da cotação de mercado e em tempo real, gerenciamento de contas e gerenciamento de capital.

Durante uma visita a Shanghai na semana passada, Li Gao, chefe do departamento de mudança climática do Ministério de Ecologia e Meio Ambiente assistiu ao processo de verificação de teste conjunto. As metas da China de aumentar as emissões de carbono até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060 promoverão o desenvolvimento sustentável, enquanto o lançamento do sistema de comércio de carbono será um marco importante, disse Li. Ele também enfatizou a necessidade de segurança da informação no comércio de carbono.

De acordo com o plano geral, oito setores serão inicialmente incluídos no comércio de carbono, incluindo eletricidade, petróleo, química, materiais de construção, aço, metais não ferrosos, fabricação de papel e aviação civil.

Lai, da Bolsa de Meio Ambiente e Energia de Shanghai, explicou que as empresas que precisam controlar as emissões de carbono serão as primeiras a participar do comércio de carbono, enquanto as instituições ou indivíduos só poderão entrar depois que o mecanismo de comércio amadurecer, disse ele.

Os participantes iniciais da negociação serão 2.225 empresas de eletricidade registradas na bolsa de Hubei. De acordo com Yan Lei, chefe do escritório de formulação de normas para redução de emissões de carbono no Comitê de Desenvolvimento Verde, Circular e Inclusivo da Federação do Meio Ambiente de Toda a China, a quantidade total de emissão de carbono dessas empresas chega a 4 bilhões de toneladas a cada ano.

"Isso significa que a China ultrapassará a União Europeia e se tornará o maior mercado de comércio de carbono do mundo assim que o sistema de comércio entrar em operação", avaliou ele.

Yan disse que o comércio de carbono pode ajudar a reduzir os custos de emissão de carbono para empresas de vários setores e locais, definindo uma meta geral de emissão. Como uma ferramenta de negociação de ações, o comércio de carbono pode gerar preços, identificar direitos e ser incluído no balanço patrimonial.

Como um potencial ativo verde, o comércio de emissões de carbono também pode enfrentar impostos no futuro, disse ele.

Zhang Xiliang, diretor do Instituto de Energia, Meio Ambiente e Economia da Universidade de Tsinghua, afirmou que as oito indústrias qualificadas para esse comércio, de acordo com o plano geral, incluem 7.500 empresas cujas emissões totais de carbono respondem por 72% do total do país. As oito indústrias iniciaram o comércio de carbono durante o período do 14º Plano Quinquenal (2021-25), um progresso significativo pode ser feito em relação às metas de neutralidade de carbono da China, acrescentou ele.

(Web editor: Fátima Fu, Renato Lu)

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