A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Hua Chunying, disse nesta segunda-feira que espera que os Estados Unidos possam dar à comunidade internacional "uma explicação honesta, transparente e responsável" sobre as questões relativas a seus laboratórios biológicos em todo o mundo.
Hua deu as declarações em uma coletiva de imprensa ao comentar sobre um documento "obtido" que descreve SARS-coronavírus como prenúncio de uma "nova era de armas genéticas".
De acordo com uma reportagem do The Weekend Australian, o Departamento de Estado dos EUA obteve um documento escrito por cientistas e funcionários chineses ao investigar as origens da COVID-19. O documento afirma que os SARS-coronavírus são uma arma genética de nova era que poderia ser "artificialmente manipulada em um vírus de doença humana emergente, então transformada em arma e liberada de uma forma nunca vista antes."
Em resposta, Hua disse que os chamados "arquivos" ou "relatórios", apresentados pelos EUA para difamar a China, acabaram se revelando interpretações maliciosas ou mentiras.
Hua afirmou que o documento era "um livro acadêmico publicado" em vez de "um arquivo secreto", que se referia à pesquisa do ex-coronel da Força Aérea dos Estados Unidos, Michael J. Ainscough. A pesquisa aponta que as "bioarmas de próxima geração" têm sido parte de um programa das Forças Aéreas dos EUA para permitir que o país responda melhor à ameaça de armas de destruição em massa.
"A China sempre cumpriu estritamente com suas obrigações sob a Convenção sobre a Proibição de Armas Biológicas e não desenvolve ou produz armas biológicas", declarou Hua, acrescentando que o país estabeleceu um conjunto completo de leis, regulamentos, especificações técnicas e sistemas de gestão para a segurança de laboratórios biológicos.
Hua observou que os EUA estabeleceram mais de 200 laboratórios biológicos em 25 países e regiões, incluindo África, Oriente Médio, Sudeste Asiático e a antiga União Soviética, incluindo 16 só na Ucrânia. Alguns desses locais sofreram com doenças infecciosas em grande escala, lembrou Hua. Muitos países têm sérias preocupações com os laboratórios biológicos estabelecidos pelos EUA no país e no exterior, acrescentou.
"O que as pessoas querem entender com urgência é por que os EUA constroem tantos laboratórios biológicos em todo o mundo? Quantos recursos e informações biológicos sensíveis foram ocultados dos países relevantes? Qual é o verdadeiro propósito? Quais atividades os EUA realizaram em Fort Detricks e nos laboratórios no exterior? Qual é a conexão entre isso e o estudo de suas 'bioarmas de próxima geração'?" Perguntou Hua, pedindo "uma explicação honesta, transparente e responsável."