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Diplomatas da China e do Brasil ressaltam relações bilaterais consolidadas e construtivas

Fonte: Xinhua    30.04.2021 10h29

Diplomatas e especialistas em relações internacionais da China e do Brasil afirmaram nesta quarta-feira que as relações bilaterais entre os dois países estão amplamente consolidadas, são muito produtivas em benefício mútuo e têm um grande potencial nos planos econômico, político e cultural.

Organizado de forma conjunta pela Embaixada da China em Brasília e pelo Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI), o webinário "A governança da China e a cooperação sino-brasileira na nova ordem global" debateu as perspectivas da cooperação bilateral.

Na abertura do evento, o embaixador da China, Yang Wanming, ressaltou a relação fluída que existe com o ministro das Relações Exteriores, Carlos França, que assumiu o cargo no mês passado.

"Acabei de ter uma conversa telefônica com o chanceler Carlos França, na qual manifestamos o mesmo desejo de continuar nossa parceria das vacinas e manter e proteger o ambiente saudável da amizade nas relações bilaterais, agora que temos um diálogo muito fluido com o Itamaraty (a chancelaria brasileira)", destacou.

Para o diplomata chinês, esse tema tem uma grande importância na atualidade, devido aos desafios que o combate à pandemia de COVID-19 ainda apresenta e mudanças que estão ocorrendo no cenário global.

"O mundo está passando por transformações seculares, enquanto a pandemia ainda está se alastrando. Vários problemas e agendas da governança global estão entrelaçados. Estamos vivendo em uma época repleta de desafios", ressaltou.

Yang Wanming recordou que, como duas grandes economias emergentes, China e Brasil são também parceiros estratégicos, com oportunidades de crescimento para ambos e interesses comuns compartilhados.

"O aumento de intercâmbio sobre a governança do Estado e o estímulo à cooperação na área cultural e humanística nos ajudam a enfrentar em conjunto a pandemia e nosso desenvolvimento comum, além de contribuir para a paz, estabilidade e o progresso do mundo", concluiu.

Por sua vez, o conselheiro do CEBRI e ex-presidente do Conselho Empresarial Brasil-China, Sergio Amaral, enfatizou a importância dos vínculos com o país asiático no contexto da situação de calamidade provocada pela pandemia.

"Minha primeira convicção é a de que as relações entre Brasil e China são sólidas, e outra vez se mostraram sólidas, quando o Brasil, em um momento de dificuldade, só pode encontrar na China, o apoio que necessitava para o fornecimento de vacinas. Essa foi uma ilustração muito atual da força de nossas relações", afirmou.

Segundo Amaral, as relações bilaterais se apoiam em vários elementos de complementaridade, tanto no plano econômico como na convergência de interesses no plano das relações internacionais.

"A complementaridade básica é que nós temos o que a China não tem na mesma quantidade, terra e água e isso cria essa grande aproximação no comércio do agronegócio. A segunda cooperação é internacional, somos membros do BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul)", destacou.

No mesmo sentido, Xu Bu, presidente do China Institute for Internacional Studies (CIIS), disse em sua participação no evento desde Beijing que a cooperação, o multilateralismo e o destino comum devem ser os eixos da nova ordem global.

Xu Bu ressaltou que a China continua implementando uma política de benefício mútuo em suas relações com todos os países, contribuindo para a solução dos complexos desafios que se apresentam no mundo atual.

"Devemos construir uma economia mundial aberta, com um regime de comércio multilateral, sem exclusões, precisamos fortalecer o G20 para a governança global", acrescentou.

"Acredito que os think tanks do Brasil e China temos inumeráveis oportunidades para seguir trabalhando juntos, para nos entendermos melhor, para construir uma confiança mais profunda, para se beneficiar dessa cooperação", destacou.

José Buainain Sarquis, Secretário de Comércio Exterior e Assuntos Econômicos da chancelaria brasileira, enfatizou que a China se coloca como motor de liderança no movimento de recuperação econômica depois da crise provocada pela pandemia.

Para Sarquis, os eixos de financiamento, infraestrutura e capital humano que tiveram um papel central no desenvolvimento chinês oferecem importantes elementos para a cooperação bilateral.

"A China é o maior parceiro comercial do Brasil. É responsável por quase um terço de nossas exportações em 2020 e pouco mais de 20% das nossas importações", lembrou o diplomata.

"A China tem os atributos de ser, de modo mais amplo, parceiro econômico do Brasil, nas dimensões de investimento, de transferência de tecnologia, de disseminação tecnológica, de cooperação científica e de cooperação financeira, entre outros", ressaltou.

O seminário virtual contou também com a participação do presidente do CEBRI, José Pio Borges; do ex-embaixador brasileiro na China, Marcos Caramuru; do diretor do Comitê de Negociações Comerciais da Organização Mundial do Comércio, Víctor do Prado e do ex- Secretário Especial de Assuntos Estratégicos da Presidência, Hussein Kalout.

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