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EUA devem permanecer abertos à coexistência com a China, diz Kissinger

Fonte: Diário do Povo Online    30.04.2021 11h01

Os Estados Unidos devem "permanecer abertos a uma política de coexistência" com a China, disse recentemente o ex-secretário de Estado dos EUA e diplomata Henry Kissinger, em uma entrevista publicada pelo Business Insider.

Na entrevista com Mathias Dopfner, CEO da Axel Springer, uma empresa de mídia e tecnologia, Kissinger falou sobre as relações dos EUA com a Europa e a China, segundo o roteiro postado no site do Business Insider no domingo.

Observando a opinião pública prevalecente nos Estados Unidos de que "nossa principal tarefa é enfrentá-la (a China) e reduzir sua capacidade de ser um grande país", disse Kissinger, "a China tem sido um país importante há milhares de anos, em diferentes épocas históricas. E, portanto, a sua recuperação não deve ser surpreendente".

“As consequências são que a América, pela primeira vez na sua história, enfrenta um país de capacidades econômicas potencialmente equiparáveis e com grande tradição histórica de condução de assuntos internacionais”, acrescentou.

No entanto, ele destacou que "este não era o caso dos soviéticos", referindo-se à "crise atual" que Washington enfrenta como "uma certa nostalgia pelas questões da Guerra Fria".

O veterano diplomata disse que continua a ser necessário que os EUA coexistam com um país da magnitude da China.

“A visão confucionista, que molda o pensamento chinês lado a lado com o marxismo chinês, implica que, se a China atuar no nível máximo de suas capacidades, gerará uma conduta majestosa que produzirá respeito no resto do mundo - tornando-a apelativa, em alguns níveis, às preferências chinesas ", disse.

Sobre a crença de que a política externa chinesa deve ser enfrentada de todos os ângulos, desde a economia à política interna do país, Kissinger disse: "Eu, por outro lado, acredito que tal atitude gera o máximo de resistência".

“A coexistência no mundo atual da tecnologia é uma necessidade, porque é impossível visualizar uma guerra entre grandes países que possuem tecnologia de IA significativa que não destruirá a vida cultural como a conhecemos”, acrescentou.

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