A pandemia do novo coronavírus permanecerá em níveis preocupantes durante este mês de abril no Brasil, segundo alerta da estatal Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Em seu Boletim Extraordinário do Observatório da COVID-19, divulgado nesta quarta-feira, a Fiocruz disse que na semana epidemiológica 14, que corresponde de 4 a 10 de abril, a tendência de alta da transmissão da COVID-19 no país se manteve com valores recordes no número de óbitos e casos, alcançando uma média de 3.200 mortos e 70.200 novos casos do vírus por dia.
A Fiocruz alertou também sobre a situação crítica vivida por boa parte dos hospitais brasileiros, devido à sobrecarga de pacientes com COVID-19.
O Brasil é atualmente o epicentro mundial da pandemia e na semana passada bateu duas vezes seu próprio recorde de mortes diárias, superando em ambos os casos os 4 mil óbitos.
Segundo a Fiocruz, o alto número de casos diários no Brasil durante a semana passada demonstra que o vírus permanece com uma circulação intensa em todo o país.
De acordo com os dados divulgados nesta quarta-feira pelo Ministério da Saúde, o Brasil registrou nas últimas 24 horas 3.459 novas mortes e mais 73.513 diagnósticos positivos, elevando o total de mortos a 361. 884 e o de pessoas infectadas a 13.673.507 desde a chegada do vírus no país, há mais de um ano.
Outro indicador estratégico, a taxa de ocupação de leitos nas Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) para pacientes com COVID-19 no sistema de saúde pública se manteve estável, mas em níveis muito elevados.
A Fiocruz comentou também sobre a vacinação contra o vírus no Brasil. Até 10 de abril, 27,5 milhões de brasileiros tinham sido vacinados, sendo que apenas 30,2% receberam as duas doses e 69,8%, a primeira dose.
O balanço da vacinação divulgado nesta quarta-feira, informou que 24.956.272 pessoas (11,79% da população brasileira) já receberam a primeira dose e 8.121.842 pessoas (3,84% da população) já receberam a segunda dose. No total, foram aplicadas até agora 33.078.114 doses em todo o país.
Para controlar a disseminação da pandemia e preservar vidas, os pesquisadores reforçaram ser fundamental que os municípios brasileiros, em especial os situados nas regiões metropolitanas, adotem medidas convergentes e sinérgicas.
"As medidas de restrição de mobilidade e de algumas atividades econômicas, adotadas nas últimas semanas por várias prefeituras e estados, estão produzindo êxitos localizados e podem resultar na redução de casos graves da doença nas próximas semanas.
Não obstante, ainda não tiveram um impacto sobre o número de óbitos e no alívio das demandas hospitalares", afirma o boletim.
"A flexibilização de medidas restritivas pode ter como consequência a aceleração do ritmo de transmissão e, portanto de casos graves da COVID-19 nas próximas semanas", advertiu a Fiocruz.