O Instituto Butantan, em São Paulo, Brasil, anunciou no dia 11 os resultados finais dos ensaios clínicos da terceira fase da CoronaVac no Brasil. O efeito protetor, incluindo casos leves que não requerem tratamento médico, foi revisado de 50,38%, anunciado no início de janeiro deste ano para 50,7%, sendo que o efeito protetor em pessoas com sintomas e necessidade de tratamento médico passou de 78% em janeiro para 83,7%.
A pesquisa foi promovida pelo Instituto Butantan e submetida ao escrutínio da revista médica The Lancet. A vacina foi desenvolvida pela Beijing Kexing Zhongwei Biotechnology Co., Ltd., e os ensaios clínicos tiveram lugar no Brasil entre 21 de julho e 16 de dezembro de 2020.
O estudo demonstra que quando o intervalo entre as duas doses da vacina é longo, o efeito protetor em todos os novos casos, incluindo casos leves que não requerem tratamento médico, pode ser aumentado para 62,3%. Os pesquisadores acreditam que o intervalo ideal entre a inoculação das duas doses da vacina é de 28 dias.
O estudo demonstrou ainda que a vacina é igualmente eficaz contra as duas novas variantes do vírus, P1 e P2, respetivamente. A variante P1 foi descoberta pela primeira vez em Manaus, capital do estado do Amazonas, e tem tido um forte impacto na evolução pandêmica no Brasil este ano. A variante P2 está ativa principalmente no Rio de Janeiro.
Os pesquisadores acreditam que embora as duas cepas tenham produzido múltiplas mutações que podem afetar o desempenho dos anticorpos, os resultados do estudo evidenciam que os voluntários vacinados com a vacina chinesa dispõem de um efeito neutralizante sobre o vírus.