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Descobertas de Sanxingdui revelam mais sobre o passado da China

Fonte: Diário do Povo Online    22.03.2021 09h46

Arqueólogos chineses anunciaram a descoberta de mais de 500 relíquias culturais no sábado, durante uma escavação em curso nas ruínas de Sanxingdui, em Guanghan, na província de Sichuan.

As relíquias foram descobertas em seis fossos sacrificais que datam de há mais de 3.200 anos.

Entre as importantes descobertas culturais estão máscaras de ouro e bronze, utensílios de bronze, mais de 100 presas de marfim, tecidos e jade, entre outros artefatos.

"Graças às novas descobertas, descobrimos o enquadramento da zona de sacrifício do sítio Sanxingdui", disse Lei Yu, pesquisador do Instituto de Pesquisa Arqueológica e Relíquias Culturais da Província de Sichuan, que chefia a escavação em andamento.

O local, de cerca de 12 quilômetros, quadrados foi descoberto em 1929, e grandes avanços foram feitos em 1986 com a descoberta de dois fossos que se acredita serem para cerimônias de sacrifício. Os poços foram descobertos acidentalmente por fazendeiros locais que cavavam terra para fazer tijolos.

Mais de 1.000 artefatos foram encontrados naquela época, incluindo peças de bronze elaboradamente decoradas, máscaras e "árvores divinas", esculturas de -bronze de árvores com galhos estendidos.

Lei disse que as escavações anteriores dos poços nº 1 e nº 2 foram feitas para resgatar artefatos após a descoberta acidental.

"Depois dos dois poços serem limpos, não havia urgência para novas escavações", disse ele. "A arqueologia não pode ser precipitada. Temos que esperar a necessidade de um propósito acadêmico bem planejado para tomar a iniciativa de mais escavações".

Na sequência de um projeto acadêmico com o objetivo de compreender mais profundamente a antiga civilização na província de Sichuan conhecida como Shu, cujos registros históricos estão ausentes, as investigações na área em torno dos poços nº 1 e nº 2 foram reiniciadas em outubro de 2019.

A gruta nº 3 foi então encontrada em dezembro de 2019. A pesquisa de campo começou em março de 2020 e cinco novas covas grutas descobertas. Em outubro, escavações contínuas e detalhadas foram iniciadas em todas as seis grutas.

A maior entre as seis, o nº 8, tem 19 metros quadrados. O menor, nº 5, com 3,5 m², é onde a máscara de ouro mais recente foi encontrada.

Lei apontou que havia muitas semelhanças entre as grutas descobertas mais recentemente e as duas encontradas em 1986, em termos do tipo de artefatos descobertos. Árvores divinas e máscaras de bronze foram encontradas uma vez mais.

As recentes descobertas confirmam ainda mais a teoria de que os locais eram usados para propósitos de sacrifício, já que muitos dos itens encontrados foram quebrados e queimados antes de serem enterrados. Lei disse que estudos mais aprofundados são necessários para descartar qualquer outra especulação quanto ao uso das grutas.

No entanto, alguns novos tipos de artefatos foram descobertos.

Por exemplo, no fosso nº 3, um reservatório para utensílios de bronze, os arqueólogos encontraram dois jarros zun quadrados, um típico vaso ritual chinês antigo, de acordo com lei. Esses artefatos não foram encontrados em 1986. Alguns dos itens de bronze foram decorados com padrões de dragões e bois.

No poço nº 6, uma caixa de madeira de 1,5 metro de comprimento e 40 centímetros de largura coberta de cinábrio revelou um novo mistério. Um plano de abertura está ainda sendo elaborado.

Outros itens importantes incluem itens decorativos de ouro em forma de pássaros, esculturas de marfim e osso, seda e um artefato de jade originário das ruínas arqueológicas de Liangzhu, Patrimônio Mundial de 5.000 anos, na província de Zhejiang, a mais de 1.800 quilômetros de distância.

"Esses artefatos demonstram que o local arqueológico de Sanxingdui tinha uma ligação estreita com a China Central, mas também se destaca enquanto civilização antiga original (em Sichuan)", disse Chen Xiandan, membro do projeto que também participou na escavação de 1986.

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