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Embaixador da China nos EUA aborda diálogo estratégico de alto nível

Fonte: Diário do Povo Online    18.03.2021 11h11

O Embaixador da China nos EUA, Cui Tiankai, na quarta-feira reuniu-se com a imprensa no Alasca antes do encontro bilateral China-EUA. Esta será a primeira reunião presencial de alto nível desde que o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, assumiu o cargo.

“A China não espera um diálogo que resolva todas as questões entre a China e os EUA”, disse Cui Tiankai.

Ele disse ainda que a China não tem expectativas excessivamente altas e que espera que a reunião possa dar início a um processo franco, construtivo e racional de diálogo e comunicação entre as duas partes.

"Se conseguirmos isso, poderemos considerar este diálogo um sucesso", disse Cui.

Segue-se a transcrição da entrevista:

China Media Group: O Diálogo Estratégico de Alto Nível China-EUA está se aproximando. Este encontro atraiu a atenção mundial. Nos últimos anos, as relações sino-americanas caíram no ponto mais baixo desde o estabelecimento das relações diplomáticas. Esta é a primeira reunião presencial de alto nível desde que o presidente dos Estados Unidos, Biden, assumiu o cargo. Qual é a expectativa da China para este encontro?

Embaixador Cui: Este diálogo de alto nível entre os dois países em Anchorage é o primeiro diálogo frente a frente desde que a administração Biden assumiu funções. Acho que ambas as partes atribuem grande importância a isso. Fizemos muitos preparativos nos últimos dias.

É claro, não esperamos resolver todos os problemas em um diálogo, então não temos expetativas irrealistas. Esperamos que isto seja um começo e que os dois lados iniciem um processo de comunicação honesto, construtivo e racional. Se isso puder ser alcançado, o diálogo já terá sido bem-sucedido. Em suma, espero que ambas as partes venham com sinceridade e saiam com um melhor entendimento um do outro.

Agência de Notícias Xinhua: Antes deste diálogo, um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA decidiu visitar primeiramente o Japão e a Coreia do Sul após assumir o cargo. Uma cúpula de vídeo também foi realizada entre os Estados Unidos, Japão, Índia e Austrália. Alguns analistas afirmam que a ação dos EUA visa conquistar aliados para firmar uma "posição dominante" neste diálogo estratégico com a China. Como analisa estes desenvolvimentos?

Embaixador Cui: Sempre há alguns assuntos que precisam ser discutidos e comunicados entre os países. Na minha opinião, eles podem falar sobre as questões que lhes dizem respeito. Como é óbvio, apenas diz respeito aos Estados Unidos e a outros países que desejem desenvolver suas relações bilaterais. Apenas esperamos que tais atividades não tenham como alvo um terceiro país ou prejudiquem os interesses de um terceiro país.

Algumas pessoas podem pensar que estes encontros estão relacionados com o diálogo com as autoridades chinesas. Na verdade, essa abordagem não é necessária nem útil. Assim como quem anda sozinho à noite canta para ajudar a ganhar coragem, mas não adianta muito. Se tiverem alguma dúvida, devem falar diretamente com o lado chinês.

Acho que a maioria dos países do mundo, incluindo alguns aliados dos Estados Unidos no mundo e na Ásia, se deparam com incógnitas. Uma é se os Estados Unidos podem realmente desempenhar um papel de responsabilidade nos assuntos internacionais. A segunda questão é se os Estados Unidos estão realmente dispostos a retomar a cooperação multilateral e a dar sua devida contribuição à cooperação multilateral. Há outra questão. Os Estados Unidos estarão realmente preparados para demonstrar o devido respeito aos interesses de outros países e ouvir suas vozes? Acho que essas preocupações existem no coração da maioria dos países do mundo, incluindo aliados dos Estados Unidos, mas alguns países não se manifestam. Espero que os Estados Unidos possam entender as preocupações de todos.

Phoenix TV: vimos ontem que o Departamento de Estado dos EUA anunciou que impôs sanções a 24 funcionários chineses devido a questões relacionadas com Hong Kong. Durante a visita anterior ao Japão, altos funcionários dos EUA fizeram repetidamente alguns comentários negativos e até mesmo críticas à China. Essas ações dos EUA afetarão a atmosfera do diálogo? A China vai diminuir suas expectativas por causa disso?

Embaixador Cui: Na verdade, não é a primeira vez que os EUA prejudicam a soberania da China e as relações bilaterais. A nossa posição é muito clara. Nós nos opomos firmemente e tomaremos as contramedidas necessárias, e esta não é uma exceção. Também expressaremos nossa posição claramente nesta reunião, e não faremos compromissos e concessões sobre essas questões a fim de criar uma suposta "atmosfera". Nunca faremos isso!

China Media Group: De acordo com as informações divulgadas pelos EUA, serão discutidas questões relacionadas a Hong Kong, Xinjiang e Taiwan neste diálogo, e somente quando forem atingidas as expectativas dos EUA, poderá haver continuidade. Como responde a China a isso? A China vai ceder em algumas questões?

Embaixador Cui: Para ser honesto, os meus colegas em Beijing fizeram muitos preparativos para este diálogo, incluindo os preparativos sobre os tópicos de discussão e prevenção de epidemias. Eles adotaram as medidas de segurança e precaução mais abrangentes e rígidas, incluindo a vacinação e os testes de Covid-19. Devo dizer que muitos esforços foram feitos. Se alguém pensa que desta vez a China veio ao Alasca para fazer concessões, então eu sugeriria que os meus colegas em Beijing cancelassem esta viagem o mais rápido possível. Para quê perder tempo em vir aqui? Espero que as pessoas com essa ideia desistam dessa ilusão.

Phoenix TV: Foi mencionado que a China tomará medidas defensivas. Há alguma ação específica que a China esteja considerando?

Embaixador Cui: Já tomamos algumas contramedidas. Com a evolução da situação, continuaremos a fazê-lo, se necessário.

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