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O significado global da vitória completa na erradicação da pobreza na China

Fonte: Diário do Povo Online    04.03.2021 14h37

Li Yang, Cônsul-Geral da China no Rio de Janeiro

No ano em que o Partido Comunista da China completa 100 anos de sua fundação, o secretário-geral Xi Jinping declarou solenemente a vitória completa na erradicação da pobreza no território chinês. Trata-se de um milagre na história da humanidade. Em mais de quatro décadas de Reforma e Abertura, o governo chinês retirou mais de 770 milhões de pessoas da pobreza, concluindo a missão de acabar com a pobreza absoluta na China. O país atingiu a meta estabelecida pelas Nações Unidas dez anos antes do previsto e contribuiu com mais de 70% do esforço global para a redução da pobreza no mundo. Só nos últimos 8 anos, 832 distritos e cerca de 100 milhões de chineses escaparam da pobreza. Nesse tempo todo, mais de 3 milhões de pessoas trabalharam na linha de frente da erradicação da pobreza. Essa vitória não é só uma grande conquista para o povo chinês, pois também tem um enorme significado para o mundo.

A vitória completa na erradicação da pobreza na China fortaleceu a confiança dos outros países em seus próprios combates contra a pobreza. Hoje, mais de 1 bilhão de pessoas vivem em condições de miséria no mundo. A pobreza não é um fenômeno exclusivo dos países em desenvolvimento. Por diferentes razões, existem também muitas pessoas pobres nos países desenvolvidos. Trata-se de uma condição que priva as pessoas de dignidade e saúde, além de desencadear conflitos e até mesmo guerras no âmbito nacional e internacional. A pobreza é também um fator que desestabiliza a relação entre a sociedade humana e a natureza, quando abordagens predatórias são adotadas para extrair os recursos necessários à subsistência, causando, assim, danos ao ambiente ecológico. Com sua prática, a China comprovou que a pobreza pode ser superada. A miséria pode ser erradicada desde que o líder e o governo de um país assumam a responsabilidade histórica de trabalhar para o bem-estar do povo, formulem um plano de ação viável e de longo prazo e adotem medidas eficazes com perseverança. No seu pico, a população empobrecida da China somava 770 milhões de habitantes e as dificuldades para melhorar a vida desses chineses alcançavam uma dimensão inimaginável. No entanto, se a China conseguiu vencer a pobreza, outros países também conseguirão. O sucesso da China inspira cada vez mais países a declarar guerra à pobreza.

A vitória completa na erradicação da pobreza na China fornece referências teóricas e empíricas para que outras nações possam identificar as causas da miséria e as maneiras de aliviá-la. À diferença de outros países, a China não recorreu ao mero assistencialismo para reduzir a pobreza, nem a ações de caridade, tampouco a medidas paliativas e simbólicas interessada em resultados imediatos, e nem a um espetáculo eleitoreiro para angariar votos. A erradicação da pobreza é uma aspiração política permanente do Partido Comunista da China em seu propósito fundamental de servir ao povo e alcançar a prosperidade de toda a população. Isto evidencia que o governo chinês assume ativamente as suas responsabilidades para com o povo e atua como uma parte importante na governança do Estado e da sociedade, além de ser crucial para o rejuvenescimento da nação chinesa. É por isso que o combate à pobreza na China está associada a ajudar as pessoas a terem confiança e capacidade para sairem da pobreza, a criar empregos, quebrar a rigidez das classes sociais, interromper a transmissão intergeracional da pobreza, fortalecer a educação e os cuidados médicos, e até mesmo proteger o meio-ambiente. É também por isso que o próprio secretário-geral Xi Jinping lidera, planeja e supervisiona pessoalmente os trabalhos para a redução da pobreza na China. Um sistema integrado que conta com a coordenação do governo central, o comando das autoridades provinciais e a implementação nos níveis municipal e distrital revela-se maduro e eficaz, além de ser uma inspiração valiosa para o mundo atual.

A vitória completa na erradicação da pobreza na China contribui para a realização das Metas de Desenvolvimento do Milênio das Nações Unidas. Trata-se de um compromisso assumido pelos países membros da ONU em 2000 para erradicar progressivamente a pobreza, a fome, as doenças, o analfabetismo, a degradação ambiental e a discriminação contra as mulheres em todo o mundo. Como exposto acima, esses problemas advêm, em grande medida, da pobreza. A eliminação da pobreza absoluta na China, mais do que resolver o problema da subsistência, melhorou consideravelmente a saúde, a expectativa de vida, o nível de escolaridade e as condições sociais das mulheres, de maneira que o desempenho da China em vários indicadores é mais elevado do que o de alguns países desenvolvidos. A China estabeleceu um sistema básico e universal de saúde para atender a todos os chineses, a expectativa de vida chegou a 77 anos, a taxa de matrícula para crianças em idade escolar está próxima de 100% e, ultimamente, mais de 8 milhões de universitários se formam a cada ano. As mulheres chinesas de fato sustentam "metade do céu", tanto na vida das famílias como da sociedade. Estas conquistas da China agregaram muito valor aos esforços da comunidade internacional nessas causas. Há alguns anos, o então secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, salientou a contribuição da China para ajudar a ONU a alcançar, antes do previsto, a meta da redução da pobreza, uma das Metas de Desenvolvimento do Milênio.

A vitória completa na erradicação da pobreza na China oferece uma "solução chinesa" para o desenvolvimento sustentável da humanidade. Em 2015, os líderes dos países membros da ONU adotaram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, e definiram 17 metas de desenvolvimento sustentável, a fim de resolver uma série de desafios para o desenvolvimento sustentável enfrentados pela humanidade. O que a China fez para acabar com as condições de vida precárias está em linha com a sua nova filosofia de crescimento baseada em inovação, coordenação, desenvolvimento verde, abertura e compartilhamento, que promove o crescimento econômico de alta qualidade, elimina a pobreza doméstica e realiza a prosperidade comum. É também parte do processo de criar um estilo de vida mais verde e de baixo carbono, incentivando a sustentabilidade na produção e no consumo, construindo uma civilização ecológica e buscando uma forma de viver em harmonia com a natureza. Com suas próprias ações, a China provou que desenvolver a economia e eliminar a pobreza não levam necessariamente à destruição ambiental. Águas limpas e montanhas verdes podem conviver perfeitamente com o ser humano e trazer-lhe uma riqueza inesgotável. Ao conduzir o próprio desenvolvimento com uma nova filosofia, a China implementou de forma abrangente e completa a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, promoveu o alinhamento da iniciativa Cinturão e Rota com essa Agenda e estabeleceu parcerias com mais de 100 países em todos os continentes para ajudá-los na redução da pobreza. A China, como um dos maiores países do mundo, assume seu devido papel de modelo à medida que promove ativamente a governança global do meio-ambiente, assume a liderança na contenção da mudança climática e realiza esforços para promover um desenvolvimento pacífico, cooperativo, inovador, aberto, sustentável e de resultados compartilhados para a humanidade. 

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