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Mídia brasileira mostra virtualmente como Wuhan superou a Covid-19

Fonte: Diário do Povo Online    02.03.2021 15h46

Por Beatriz Cunha e Renato Lu

Captura da imagem da reportagem do Globo sobre Wuhan

Após ser o primeiro epicentro da Covid-19 há um ano, a cidade de Wuhan, na China praticamente voltou ao normal.

O programa de notícias da Globo, Fantástico, realizou uma visita virtual à cidade, mostrando como o governo chinês conseguir reduzir a proliferação do coronavírus com uma série de medidas preventivas.

A cidade tem mais de 11 milhões de habitantes e possui mais de 200 estações de metrô. Para o empresário brasileiro José Renato Peneluppi Jr, a megalópole “é muito dinâmica...moderna, rápida, gigante...”.

O pesquisador do Núcleo Brasil-China da FGV Direito Rio, Daniel Veras, indicou a importância logística de Wuhan, que está equidistante de Hong Kong e Beijing; Shanghai e Chongqing. Além disso, apontou que a cidade com mais de 100 universidades se destaca pela educação.

O Fantástico lembrou que a cidade é conhecida também como o capital do punk na China. E, embora os bares e clubes já estejam liberados, destacou que o governo chinês foi extremante rigoroso no que se refere ao controle de circulação de pessoas no país, especialmente de entrada do exterior.

A reportagem apontou que a quarentena obrigatória de 28 dias, dos quais 14 dias são realizados em hotéis indicados pelo governo, e os demais 14 dias em casa. No entanto, a autorização para entrada no país está bem restrita, e por isso, a reportagem se deu através dos meios virtuais.

O infectologista do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Stefan Cunha, disse que no dia 31 de dezembro de 2019 foi constatado que se tratava de uma epidemia transmitida por um agente novo e o governo chinês prontamente alertou a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O governo chinês, percebendo que a doença se proliferava, decidiu fechar completamente a cidade de Wuhan. O isolamento durou 76 dias e a população não precisou estocar mantimentos, havendo a “coordenação e a comunicação do governo de forma muito clara”, lembrou José Renato.

Stefan lembrou que diversos países no ocidente tiveram dificuldades na produção de testes, no entanto, após uma semana de isolamento, já se produzia 700 testes por dias em Wuhan.

O hospital de campanha Huoshenshan, construído em 11 dias, oferecia 1000 leitos especificamente para atender aos casos da nova doença.

O repórter Murilo Salviano esteve virtualmente no mercado Huanan de Wuhan, onde foram identificados os primeiros casos da Covid-19. O local onde funcionava o mercado hoje está coberto por tapumes azuis, como o repórter reparou, e nunca foi reaberto, embora os números oficiais mostrem que os últimos casos da Covid-19 ocorreram em abril de 2020.

Para a China, o coronavírus virou coisa do passado, sua memória foi imortalizada num museu, que exibe a história do país na luta contra a pandemia.

Com base nos primeiros 174 casos da Covid-19, metade dos casos está relacionada diretamente ao mercado, como a outra metade não está relacionada ao mercado, a questão da origem ainda continua em aberto, Dominic Dwyer, um infectologista do Centro de Patologias de New South Wales, disse ao Fantástico.

O infectologista é integrante da equipe de investigação da origem da Covid-19 da Organização Mundial de Saúde (OMS), ele acredita que é “extremamente improvável que o vírus tenha saído de um laboratório”, segundo ele.

Após um ano do surto do novo coronavírus, as pesquisas continuam progredindo, conforme avaliou Dominic, que destacou o avanço tecnológico e seu auxílio no monitoramento da doença.

José Renato, avaliando as mudanças da cidade afirmou que “Wuhan está viva”, as pessoas usam mais tecnologia, a começar pela aplicativo “Heath Kit”, que precisa ser utilizado para registrar a entrada das pessoas em cada estabelecimento. O aplicativo monitora e analisa os dados das pessoas, identificando o risco de a pessoa estar contaminada ou não.

Além disso, em Wuhan, como em outras partes da China, são utilizados equipamentos de reconhecimento facial e monitoramento da temperatura corporal.

Rodrigo Silva Duarte, professor de judô brasileiro diz que desde o início da pandemia não viu mais o dinheiro em papel na cidade. Os pagamentos são realizados eletronicamente, inclusive por meio do reconhecimento facial.

O professor americano Steve Mcclure, leciona em Wuhan, e afirma que o rápido retorno à normalidade se deve à coinciência coletiva. A China pode ser um bom exemplo de como enfrentar o vírus, sendo o único país com constante crescimento econômico, disse Steve ao Fantástico. 

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