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Aumenta expectativa de uma melhora dos laços China-EUA após ligação telefônica entre Xi e Biden

Fonte: Xinhua    23.02.2021 14h12

Após a conversa telefônica entre o presidente chinês, Xi Jinping, e o presidente dos EUA, Joe Biden, em 11 de fevereiro, antes do Ano Novo Lunar Chinês, a comunidade global viu vários sinais positivos nos laços China-EUA.

No Fórum Lanting, realizado em Beijing na segunda-feira, figuras importantes, incluindo funcionários de alto nível e especialistas dos dois países e de outros países, deram suas percepções sobre como aproximar as relações China-EUA de volta ao caminho certo.

 

COMPETIÇÃO SEM CONFRONTO

Reconhecendo que os laços China-EUA serão "competitivos em todos os domínios", Henry Paulson, ex-secretário do Departamento do Tesouro dos EUA, pediu que se minimize a probabilidade de conflito debilitante enquanto se faz progresso nas áreas de interesse mútuo.

"Os Estados Unidos e a China vão ficar presos na competição estratégica por muito tempo. Portanto, é do nosso interesse que a competição seja o mais saudável possível, sem confrontos desnecessários", disse ele, acrescentando que os dois países devem decidir como e onde competir e como evitar conflitos.

O ex-primeiro-ministro australiano Kevin Rudd, que agora é o presidente e CEO da Sociedade da Ásia, acredita que os próximos anos serão "uma década de sucesso ou fracasso" para as relações China-EUA, pois a competição entre os dois países pela liderança global vai se intensificar.

"A dura verdade é que nenhuma relação pode ser administrada a menos que haja um acordo básico entre as partes sobre os termos de sua gestão", disse ele.

Rudd propôs o conceito de "competição estratégica administrada", que envolve três pilares: estabelecer certos limites rígidos na política de segurança de cada país; aceitar a realidade da competição contínua por influência estratégica e econômica; e encontrar espaço para cooperação estratégica contínua em desafios globais críticos.

"Por exemplo, a política de Uma Só China conforme articulada nos comunicados conjuntos entre os Estados Unidos e a China é essencial. Acabar com as ações desnecessariamente provocativas do governo Trump sobre Taiwan será importante", disse Rudd ao elaborar os "limites rígidos".

 

COOPERAÇÃO BENÉFICA PARA TODOS

"Ambas as nações precisam reconhecer que a cooperação entre nossos dois países é a melhor maneira de resolver quaisquer diferenças que existam", disse Maurice Greenberg, presidente da C.V. Starr & Co., Inc. e Fundação Starr, presidente fundador e ex-CEO do American International Group.

Citando suas experiências em fazer negócios na China nos últimos 40 anos, Greenberg disse que ambos os lados se beneficiaram com o fato de as empresas deles fazerem negócios no outro país, assim como o resto do mundo. "Espero que as duas nações possam continuar a se beneficiar uma da outra, não apenas em seus interesses nacionais, mas beneficiando muitos outros também."

Paulson observou que há problemas que os dois países simplesmente não podem mitigar ou resolver sem pelo menos alguma coordenação, se não houver cooperação.

"Essas são questões que vão desde impedir o contágio financeiro à desnuclearização, até evitar uma catástrofe ambiental", disse ele, acrescentando que o que importa é se algo é bom para os povos dos dois países.

Em termos da promessa dos EUA de se juntar à COVAX, uma iniciativa internacional que visa garantir o acesso equitativo às vacinas contra COVID-19 em todo o mundo, Paulson pede que os dois países coordenem e trabalhem com outros, não menos com Japão, Europa e Índia, na distribuição de vacinas.

Em termos de enfrentar os desafios globais, Rudd assinalou que as mudanças climáticas, o combate à pandemia, a melhora da saúde pública, a recuperação econômica global, a recuperação verde, a estabilidade financeira e o controle de armas nucleares são exemplos das áreas onde a cooperação será necessária, "não apenas para os interesses mundiais, mas também para proteger os interesses nacionais da China e da América também".

 

PERCEPÇÃO ESTRATÉGICA CORRETA

"Deve haver uma percepção estratégica correta; pelo contrário, um erro só seria substituído por outro", disse Cui Tiankai, embaixador da China nos Estados Unidos.

Ele pediu que algumas pessoas nos Estados Unidos se livrassem de sua paranoia em relação à China. "É hora de que eles parem de criar um inimigo imaginário da China e de fazer profecia autorrealizável. É hora de que eles abandonem a mentalidade antiquada de jogo de soma-zero e obsessão pela Armadilha de Tucídides."

Cui observou que algumas pessoas nos Estados Unidos tendem a usar sua própria definição de "democracia" e outros valores para definir o limite e rotular outros países de acordo com suas próprias preferências e padrões.

"Espera-se que os Estados Unidos tenham uma mentalidade correta, vivam de acordo com o princípio de que todos os países 'são criados iguais' e aprendam a coexistir pacificamente com aqueles que têm uma história, cultura, caminho de desenvolvimento e sistema diferentes", disse ele.

Cui também instou os dois países a terem um verdadeiro conhecimento e respeito pela história, cultura e percurso de desenvolvimento um ao outro. "A chave para entender uma civilização antiga como a China é sua história e cultura, incluindo sua crença profundamente enraizada na 'harmonia' e sua tradição de estabelecer a si mesmo e aos outros".

Este ano marca o centenário do Partido Comunista da China. "Compreender esses 100 anos é essencial para saber sobre o passado, o presente e o futuro da China", disse Cui.

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