Membros da Organização Mundial do Comércio (OMC) concordaram nesta segunda-feira, por consenso, em nomear Ngozi Okonjo-Iweala, ex-ministra das Finanças da Nigéria, como a próxima diretora-geral, informou o organismo em um comunicado à imprensa.
A decisão foi tomada em uma reunião especial do Conselho Geral da OMC, na qual a veterana do Banco Mundial foi formalmente selecionada.
"Dra. Okonjo-Iweala se tornará a primeira mulher e a primeira africana a chefiar a OMC. Ela assumirá suas funções em 1º de março e seu mandato, renovável, expirará em 31 de agosto de 2025", disse a OMC.
"Estou honrada por ter sido selecionada pelos membros da OMC como diretora-geral da OMC", disse Okonjo-Iweala ao Conselho Geral, sublinhando que "uma OMC forte é vital se quisermos nos recuperar plena e rapidamente da devastação causada pela pandemia COVID-19".
"Estou ansiosa para trabalhar com os membros para formar e implementar as respostas políticas que precisamos para fazer a economia global voltar a funcionar. Nossa organização enfrenta muitos desafios grandes, mas, trabalhando juntos podemos tornar coletivamente a OMC mais forte, ágil e melhor adaptada às realidades de hoje", disse ela.
Okonjo-Iweala, 66 anos, é especialista em finanças globais, economista e profissional em desenvolvimento internacional com mais de 30 anos de experiência trabalhando em todo o mundo.
Duas vezes ministra das Finanças da Nigéria e ministra das Relações Exteriores por um curto período de tempo, ela tem 25 anos de carreira no Banco Mundial, incluindo como Diretora-Gerente de Operações.
Expressando os "parabéns mais calorosos" a Okonjo-Iweala, o presidente do Conselho Geral, David Walker, disse que "este é um momento muito significativo para a OMC".
"Estou certo de que todos os membros trabalharão construtivamente com você durante seu mandato como diretora-geral, para formar o futuro desta organização", acrescentou.
Aplaudindo a nomeação "oportuna", o embaixador da China na OMC, Li Chenggang, observou que "a decisão coletiva tomada por toda a sociedade da organização demonstra um voto de confiança não apenas na própria Dra. Ngozi, mas também em nossa visão, nossa expectativa e no sistema de comércio multilateral que todos acreditamos e preservamos".
"Como contribuinte e beneficiária de um sistema de comércio multilateral estável, não discriminatório e baseado em regras, a China acredita que o comércio, o comércio mutuamente vantajoso, será uma ferramenta-chave que pode nos ajudar a encontrar uma saída para a situação atual e realizar a recuperação econômica em breve", acrescentou.
A decisão do Conselho Geral segue meses de incerteza desencadeada pela recusa inicial dos Estados Unidos em se juntar ao consenso em torno de Okonjo-Iweala, apoiando a ministra do Comércio da Coreia do Sul, Yoo Myung-hee.
Em 5 de fevereiro, Yoo decidiu retirar sua candidatura e a nova administração dos EUA do presidente Joe Biden anunciou que Washington daria seu "forte apoio" à candidatura de Okonjo-Iweala.