O parlamento de Portugal aprovou nesta quinta-feira a renovação do estado de emergência no país de 31 de janeiro a 14 de fevereiro com medidas mais restritivas para conter a Covid-19.

Entre as alterações propostas pelo governo está a limitação de viagens dos cidadãos portugueses para fora do país por qualquer meio, bem como a volta do controle das fronteiras terrestres.

O novo decreto prevê a possibilidade de suspender voos e determinar o confinamento obrigatório dos passageiros à chegada a Portugal.

Todas as atividades de ensino em estabelecimentos educacionais estarão suspensas até 5 de fevereiro, com o ensino à distância a ser retomado em 8 de fevereiro.

Em discurso à nação na quinta-feira, o presidente Marcelo Rebelo de Sousa disse que os portugueses terão de ser mais estritos, mais rigorosos, mais firmes para cumprir as medidas de contenção.

Ele admitiu que Portugal vive "o período, de longe, mais difícil da pandemia, que dura há quase onze meses", acrescentando que "o número de mortes cresce a ritmo, há meses, inimaginável".

Ele alertou para o crescimento de uma "perigosa insensibilidade à vida e à morte", bem como a "negação do vírus, da sua gravidade, a negação da necessidade do estado de emergência e até do confinamento", dizendo que as pessoas precisam estar preparadas para confinamento e ensino à distância, mais duradouros do que se pensava antes desta escalada.

Mariana Vieira da Silva, ministra da Presidência e da Modernização Administrativa, disse ainda que a situação é muito grave e que para os próximos dias não há nenhum alívio de medidas.

Na quinta-feira, Portugal registou 16.432 novos casos, elevando o total do país para 685.383. O número de mortos, enquanto isso, aumentou em 303 para 11.608.

O governo disse na quarta-feira que as primeiras quase 250 mil doses da vacina contra Covid-19 foram distribuídas, além de mais de 53 mil segundas doses. Cerca de 71.600 profissionais de saúde foram vacinados.

De acordo com as informações divulgadas pela Organização Mundial da Saúde em 26 de janeiro, 236 vacinas candidatas ainda estão sendo desenvolvidas em todo o mundo - 63 delas em testes clínicos - em países como Alemanha, China, Rússia, Grã-Bretanha e Estados Unidos.