A situação mundial da pandemia de Covid-19 pode chegar a um ponto de inflexão em junho ou julho, quando populações em massa forem vacinadas contra o vírus, referiu um importante especialista em Shanghai.
"As viagens internacionais de escala relativamente grande poderão recomeçar no final deste ano, quando as vacinações forem distribuídas pela população", disse Zhang Wenhong, líder da equipe de especialistas em Shanghai no tratamento clínico de novos casos de pneumonia por novo coronavírus, durante uma entrevista exclusiva com o Diário do Povo, publicada na sexta-feira.
"Mas quando o número de viagens aéreas aumentar, mesmo que todos os passageiros apresentem um relatório de teste de ácido nucléico ou de inoculação da vacina, isso não significa que o número de casos importados caia drasticamente em breve. Assistiremos a um processo de diminuição gradual", disse Zhang, que é também diretor do Departamento de Doenças Infecciosas do Hospital Huashan Afiliado à Universidade Fudan em Shanghai.
Zhang, que tomou a vacina contra a Covid-19 em 31 de dezembro, disse que a China tem ainda de disponibilizar as vacinas à maioria da população.
No longo prazo, as vacinas, em vez da quarentena ou isolamento doméstico, serão a chave para a estratégia de prevenção e controle de epidemias de qualquer país, disse.
Ele observou que uma vacina com uma taxa de proteção entre 60% e 70% ou mais é elegível para uso em massa. A taxa de abrangência de vacinas entre toda a população é mais importante do que a taxa de proteção individual, disse ele.
Um dos grupos sociais que têm prioridade para receber a vacina são os trabalhadores da linha de frente que manuseiam mercadorias nas alfândegas e nos aeroportos, pois enfrentam altos riscos de contacto com a presença do vírus em mercadorias e alimentos provenientes do exterior.
Pessoas com maior taxa de mortalidade após contrair o vírus, como os idosos, são outro grupo importante, disse Zhang.
