O governo brasileiro assegurou nesta terça-feira que a vacinação contra a doença do novo coronavírus (COVID-19) no país começará entre 20 de janeiro e 10 de fevereiro de 2021, embora, antes, os fabricantes das vacinas terão que receber a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O anúncio foi feito em entrevista coletiva pelo secretário executivo do Ministério da Saúde, Élcio Franco, que afirmou que as autoridades brasileiras já estão preparadas para iniciar a imunização assim que os registros das vacinas forem aprovados.
"Nós precisamos que os fabricantes obtenham o registro junto à Anvisa, e que eles entreguem doses suficientes para que sejam distribuídas. Se o distribuidor obtém o registro e eventualmente não tiver dose para distribuir... . O Ministério da Saúde enquanto Ministério da Saúde tem feito a sua parte", disse Franco.
Segundo o secretário, "fizemos o plano nacional de imunização, estamos com a operacionalização pronta, nos preparando para esse grande dia, mas precisamos que os laboratórios solicitem o registro".
Apesar de ser o segundo país do mundo em mortes e o terceiro em número de infectados pelo vírus, o Brasil ainda não iniciou a vacinação contra a pandemia, algo que já está sendo feito em vários países da América Latina.
Na segunda-feira, a farmacêutica Pfizer, que desenvolve uma das vacinas contra a COVID-19, criticou a burocracia exigida pelo Brasil para poder fornecer seu imunizante ao país.
Para Franco, "a partir do momento que a Pfizer não quiser se submeter ao regramento da Anvisa, eu não posso pegar a Pfizer pelo braço e levar lá, Pfizer, entregue seu relatório para Anvisa. Posso pedir brevidade para a Anvisa, mas ela tem que seguir os seus passos".
Até agora, o governo brasileiro conseguiu fechar um acordo com farmacêutica AstraZeneca para comprar 100,4 milhões de doses até julho e mais 30 milhões no segundo semestre. O acordo prevê a transferência de tecnologia para que o Brasil produza a vacina através da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
O Brasil também tem outro acordo com a iniciativa mundial Covax Facility, da Organização Mundial da Saúde (OMS), que prevê adquirir 42,5 milhões de de doses.
Segundo o ultimo balanço divulgado nesta terça-feira pelo Ministério da Saúde, o país já ultrapassou as 192 mil mortes e os 7,5 milhões de infectados pela COVID-19.