Beatriz Cunha
O Ministro da Saúde do Brasil e o diretor do Instituto Butantan realizaram entrevista coletiva na quarta-feira (23), no entanto não foram divulgadas, como previsto, as taxas de eficácia da vacina do novo coronavírus conforme os testes da fase três que estão em andamento no Brasil, noticiou o G1.
Segundo os dados divulgados pela “The Lancet”, uma revista científica, os estudos da fase 1 e 2 com 743 pacientes tiveram como efeito colateral comum uma dor no local da injeção.
Após 28 dias da primeira imunização houve respostas de anticorpos. A taxa de anticorpos neutralizantes encontrada no sangue dos voluntários esteve entre 2,5 e até 6 vezes menor do que a taxa verificada em pacientes que foram contaminados com a Covid-19.
Os resultados do ensaio da CoronaVac mostraram que a vacina excedeu o limite de 50% de eficácia na proteção que os cientistas internacionais acreditavam que a mesma forneceria, noticiou o "Wall Street Journal" na terça-feira (22), citando pessoas envolvidas no ensaio.
O Instituto Butantan afirmou que, antes da coletiva, qualquer dado sobre a eficácia da vacina é apenas uma suposição, segundo noticiou o portal de notícias brasileiro UOL.
“A vacina tem um total de mais de 20.000 voluntários no Brasil, Indonésia, Turquia e Chile participando dos testes de Fase III. Os dados coletados mostram que a vacina está em (testes) em diferentes países. A boa segurança apresentada é semelhante ao resultado da China", dizia um relatório da mídia chinesa de quarta-feira, citando a Sinovac, parceira comercial chinesa do Instituto Butantan.
O UOL informou que, após a divulgação dos dados das três fases de testes, com a taxa efetiva, o Instituto Butantan vai solicitar formalmente à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o registro da vacina.
Caso a Anvisa aprove a vacina e isso ocorra rapidamente, o governo do estado de São Paulo já iniciará a vacinação em 25 de janeiro do próximo ano, conforme planejado.
Estima-se que, até o final de 2020, 10,8 milhões de doses de vacinas prontas estarão disponíveis para 5,4 milhões de vacinações.
A Anvisa emitiu no dia 21 o "Certificado de Boas Práticas" para as fábricas da Sinovac na China. A certificação é válida por dois anos e é um pré-requisito para o registro e aprovação emergencial de uma vacina no Brasil, conforme reportou o G1.
Antes de certificar a Sinovac, a Anvisa enviou uma equipe à China para fiscalizar o processo de produção da vacina.
Devido aos baixos requisitos de temperatura de armazenamento e preços competitivos, a vacina da Sinovac é considerada a esperança de muitos países em desenvolvimento, como o Brasil.
“Se (a vacina) tiver todas as aprovações necessária, sem dúvida (irei tomá-la)”, disse Neuza Meller, professora da Universidade de Brasília ao Global Times na quarta-feira.
“Penso que a vacina é a esperança de uma vida normal para o mundo inteiro. A retomada da normalidade da população e da economia mundial. Da aproximação de quem amamos.”, disse Neuza.
A professora acredita que a vacina terá boa aceitação entre os brasileiros, uma vez que poderá reestabelecer a economia e proporcionar o retorno do trabalho. Ela lembra que muitos brasileiros ficaram desempregados, muitos negócios fecharam devido à pandemia.
Segundo os dados do Ministério da Saúde do Brasil divulgados na terça-feira, nas últimas 24 horas, foram 55.202 novos casos confirmados da Covid-19 no Brasil, sendo o total de 7.318.821 casos confirmados.
No período de 24 horas ocorreram 968 novos óbitos, e o total é de 188.259 óbitos. Ainda Segundo os dados, o estado de São Paulo é o mais atingido, e a prefeitura anunciou na terça-feira que as medidas de quarentena do estado serão reforçadas durante os feriados de Natal e Ano Novo.
(Xu Hailin também contribuiu para o artigo.)