Nova pesquisa do CDC África revela que "maioria predominante" de africanos tomaria vacina de Covid-19

Fonte: Xinhua    21.12.2020 14h36

Uma maioria predominante de africanos tomaria uma vacina de Covid-19 se ela fosse considerada segura e eficaz, revelou uma pesquisa recentemente publicada do Centro Africano para Controle e Prevenção de Doenças (CDC África).

A pesquisa, que foi conduzida pelo CDC África em parceria com a Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres (LSHTM) e publicada neste final de semana, mostrou que "uma maioria predominante (79 por cento) dos entrevistados na África tomaria uma vacina de Covid-19 se fosse considerada segura e eficaz".

Realizada entre agosto e dezembro de 2020, a pesquisa entrevistou mais de 15.000 adultos, com 18 anos ou mais, em 15 países africanos, entre eles, Burquina Faso, Costa do Marfim, República Democrática do Congo (RDC), Etiópia, Gabão, Quênia, Malauí, Marrocos, Níger, Nigéria, Senegal, África do Sul, Sudão, Tunísia e Uganda.

Os dados da pesquisa mostram variações significativas na disposição entre os países e nas cinco regiões do continente, de 94 e 93 por cento na Etiópia e Níger, respectivamente, para 65 e 59 por cento no Senegal e na República Democrática do Congo (RDC), respectivamente.

A rejeição de uma vacina de Covid-19 parece estar ligada à desinformação, pois a maioria dos que disseram que não tomariam a vacina acredita que a doença é causada pelo homem, não existe ou é exagerada e não representa um problema sério. Outros acham que não correm o risco de serem infectados pelo vírus, enquanto outros acreditam que remédios naturais e alternativos são mais seguros do que vacinas, revelou a pesquisa.

O estudo também indicou que os indivíduos que tiveram um teste positivo de Covid-19, agora acreditam que não precisam de uma vacina porque pensam que ficaram imunes à doença e não podem mais ser infectados.

Observando que antes da pandemia de Covid-19, houve um declínio global na aceitação e absorção de vacina devido às dúvidas sobre a eficácia e segurança e a disseminação de informações incorretas sobre as vacinas, o CDC África enfatizou que a pandemia de Covid-19 "exacerbou ainda mais polêmicas em torno das vacinas como medida preventiva contra doenças infecciosas".

O estudo foi, portanto, conduzido para investigar o conhecimento público e as percepções sobre a pandemia e a vacina de Covid-19, identificando assim lacunas de conhecimento, crenças culturais e atitudes para informar as intervenções para pré-implantação de vacinas em todo o continente.

De maneira geral, a disposição ou não de tomar uma vacina de Covid-19 dependia principalmente da confiança nas vacinas, bem como das percepções de sua importância, segurança e eficácia, revelou o estudo.

A segurança foi de extrema consideração, em média 18 por cento dos entrevistados acreditavam que as vacinas geralmente não são seguras e 25 por cento acreditavam que uma vacina de Covid-19 não seria segura.

Alguns dos entrevistados expressaram desconfiança nas vacinas em geral, enquanto outros expressaram desconfiança em uma vacina de Covid-19 especificamente.

Os entrevistados que são mais velhos, aqueles que conhecem alguém com teste positivo para Covid-19 e aqueles que vivem em áreas rurais estão mais inclinados a tomarem a vacina de Covid-19 do que os mais jovens, aqueles que não viram o Covid-19 afetando ninguém, e aqueles que vivem em áreas urbanas, de acordo com o estudo.

"Esta pesquisa é uma revelação que oferece evidências científicas críticas para orientar as intervenções do CDC África, Estados-membros e parceiros para a otimização da absorção da vacina de Covid-19 em todo o continente", disse John Nkengasong, diretor do CDC África.

De acordo com o CDC África, os resultados destacam a necessidade crítica de envolvimento estratégico em nível da comunidade para lidar com a desaprovação de longo prazo para vacinas e hesitação em tomar uma vacina de Covid-19 entre alguns segmentos da população.

No sábado, o número de casos confirmados de Covid-19 no continente africano chegou a 2.469.101, com o número de mortos devido à pandemia subindo para 58.313, de acordo com os últimos dados do CDC África.

(Web editor: Beatriz Zhang, Renato Lu)

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