A China concluiu a construção do primeiro sistema de antenas do espaço profundo do país em uma estação terrestre em Kashi, no noroeste da China, em Xinjiang, o qual será usado diretamente em missões de rastreamento e monitoramento espacial, incluindo a sonda Tianwen-1 de Marte e a futura sonda lunar Chang'e-5.

A sonda lunar Chang'e-5, junto com seu foguete Longa Marcha-5 Y5, comissionado para o seu transporte, foram transportados para o seu local de lançamento no Centro de Lançamento Espacial de Wenchang, na Província de Hainan, no sul da China na terça-feira, segundo a Administração Espacial Nacional da China (CNSA).

O foguete Longa Marcha-5 Y5 está programado para lançar a missão lunar de retorno Chang'e-5 no final de novembro, segundo a CNSA.

O trabalho de preparação do foguete foi concluído, incluindo a montagem e os testes de pré-lançamento, depois que ele foi transportado no navio de carga especializado Yuan Wang para o porto sudeste de Wenchang no final de setembro, tendo sido então entregue por via rodoviária ao Centro de Lançamento Espacial de Wenchang.

O propelente será injetado no foguete após outras verificações funcionais e inspeções finais serem levadas a cabo. O foguete será então lançado de acordo com o cronograma.

A sonda lunar Chang'e-5 é a sexta missão do projeto de exploração lunar da China. Prevê-se a realização da coleta de amostras lunares, as quais serão usadas para pesquisas científicas sobre o meio ambiente e a evolução da lua.

Esta será uma das missões mais complexas e difíceis da indústria aeroespacial chinesa até hoje, segundo a CNSA.

A Chang'e-5 deverá realizar quatro missões importantes na indústria aeroespacial do país: o primeiro retorno de amostras da China, a primeira decolagem da superfície lunar, a primeira alunagem não tripulada a cerca de 380.000 quilômetros de distância, e a primeira reentrada na Terra.

Se a missão Chang'e-5 for bem-sucedida, a China se tornará o terceiro país do mundo a trazer amostras lunares de regresso à Terra, depois dos EUA e da Rússia.

Com o objetivo de aprimorar as capacidades de monitoramento e controle do espaço da estação terrestre, o centro de Xi'an construiu três antenas de 35 metros de diâmetro, além da original.

Trabalhando em conjunto, o sistema de quatro antenas será equivalente ao de uma antena de 66 metros de diâmetro, expandindo em grande medida o alcance de monitoramento da estação Kashi e melhorando a sensibilidade de receção de dados da estação, estabelecendo a base para os projetos de exploração do espaço profundo do país.

Li Sihu, chefe da estação espacial profunda de Kashi, disse ao Global Times: "O sistema pode não apenas conduzir o rastreamento e o controle de alta precisão de naves espaciais de alvo único, como também rastrear alvos múltiplos."

O sistema pode ser usado em colaboração com outros observatórios domésticos e internacionais para operações conjuntas e missões de observação, Li observou.

A estação Kashi funcionará também com as estações espaciais localizadas em Jiamusi, província de Heilongjiang no nordeste da China, bem como a primeira estação terrestre no espaço profundo da China localizada na região da Patagônia Argentina, para o rastreamento espacial e missão de controle do Tianwen-1 Mars sonda.

A China divulgou também planos para a missão Chang'e-6, a qual prevê o retorno de amostras do polo sul da lua.

A Chang'e-7 deverá fazer uma pesquisa abrangente no polo sul da lua, incluindo sua topografia, composição material e ambiente.