O Brasil assinou nesta segunda-feira a Declaração de Princípios de Financiamento Responsável do BRICS, grupo de potências emergentes formado pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
A partir desta assinatura, será elaborado um conjunto de princípios comuns e norteadores de financiamento responsável, pautados por critérios socioambientais, de governança, integridade e boas práticas de mercado.
A assinatura foi do presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, durante a 12ª Cúpula do BRICS, que está sendo realizada na Rússia, com a presença virtual dos demais países.
Entre os princípios declarados estão a avaliação integrada dos aspectos econômicos, sociais e ambientais nos processos de concessão de financiamentos e o desenvolvimento conjunto de novos produtos e serviços que amparem a transição para economias inclusivas e estimulem as finanças sustentáveis, o que inclui os financiamentos verdes.
As instituições financeiras de desenvolvimento (IFDs) dos cinco países assumiram também o compromisso de respeitar os direitos humanos e encorajar os clientes a realizarem negócios amigáveis ao meio ambiente, promovendo investimentos em capital natural e contribuindo para a implementação de acordos dos quais os países são signatários.
Soluções digitais sustentáveis e inovadoras que viabilizem crescimento inclusivo de comunidades locais também constam da declaração.
"Como bancos de desenvolvimento de países emergentes, com realidades diferentes das de países desenvolvidos, devemos estar próximos para liderarmos a agenda ESG (Ambiental, Social e de Governança, na sigla em inglês) e incentivarmos a participação do capital privado em projetos de grande relevância para os nossos países", afirmou Montezano durante o evento.
"O BNDES considera os Princípios de Financiamento Responsável recém-declarados uma iniciativa muito importante de cooperação do BRICS", acrescentou.
As instituições financeiras de desenvolvimento pretendem avançar nos objetivos de cooperação já estabelecidos, especialmente no que se refere aos esforços para mobilização de investimentos privados para o desenvolvimento de projetos de infraestrutura nos países-membros, ressaltou o BNDES, em uma nota.