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Empreendedores brasileiros visam China Expo para impulsionar negócios

Fonte: Xinhua    02.11.2020 10h10

Um número crescente de empresários da agroindústria brasileira está de olho nas oportunidades do mercado chinês, enquanto a segunda maior economia do mundo se prepara para sediar uma importante exposição.

A fabricante brasileira de sucos de frutas tropicais orgânicos DNA Forest está ansiosa para expandir seus negócios para o "outro lado do mundo", participando da próxima Exposição Internacional de Importação da China (CIIE).

"É uma grande oportunidade para nossa empresa que uma feira como a CIIE possa ser aberta para nossos produtos", disse seu analista de marketing à Xinhua, Marcos Antunes. A terceira edição da CIIE será realizada de 5 a 10 de novembro em Shanghai.

Com o objetivo de atrair consumidores chineses preocupados com a saúde, pretende apresentar sua linha de sucos congelados e orgânicos, que são 100 por cento naturais, livres de conservantes e certificados ambiental e socialmente sustentáveis, disse Antunes.

Fundada em 2019, a DNA Forest é especializada em sucos de frutas exóticas da região amazônica.

A empresa também apresentará pão de queijo, um lanche típico brasileiro, e cafés especiais, mas os principais produtos são os sucos feitos de açaí, uma pequena baga rica em nutrientes e antioxidantes, e o cupuaçu, um cacau branco rico em fibras.

A empresa foca nas pessoas que procuram opções saudáveis ​​porque afirma ter um processo de produção inovador e superior à produção de pasta congelada, disse Antunes.

A indústria de café do Brasil, o maior produtor e exportador mundial do grão, também está angariando negócios no tradicional mercado chinês de consumo de chá, disse Nelson Carvalhaes, presidente do Conselho Brasileiro de Exportadores de Café (Cecafe).

Empresas brasileiras de café de todos os portes participaram da primeira CIIE em 2018, participaram novamente em 2019 e estão inscritas para expor seus produtos na terceira CIIE.

A Cecafe, com o apoio da embaixada brasileira em Beijing, elaborou uma campanha publicitária para 2021 que visa fornecer aos cafés e supermercados chineses o material de que precisam para promover o café brasileiro aos seus clientes.

"Nossa ideia é fornecer o café brasileiro às cafeterias da China, para conhecimento do produto pelos consumidores por meio de material educativo e certificados de origem. Temos produção de vídeos e revistas para explicar o caminho do café brasileiro até a xícara", disse Carvalhaes.

O Brasil responde por cerca de 38 por cento do mercado global de café. A China é o principal parceiro comercial do Brasil desde 2009 e os produtos agrícolas têm impulsionado as exportações brasileiras para o país asiático.

A Minerva Foods, maior produtora e exportadora de carne bovina, sediada no Brasil, espera continuar expandindo suas vendas no crescente mercado chinês, disse Celia Sampaio, diretora responsável pelas exportações de carne bovina da multinacional, em entrevista recente à Xinhua.

"É importante destacar que a CIIE é a primeira feira mundial dedicada à importação, por isso empresas líderes de países têm a oportunidade de fazer negócios no evento", disse ela.

A empresa participou da primeira e segunda edições da feira, onde obteve "experiências extremamente positivas que nos deram um melhor conhecimento do mercado chinês, bem como uma (oportunidade de) aproximação a vários clientes", lembrou o diretor, com expectativa de que a feira traga novas oportunidades de negócios para sua empresa.

"Por meio da nossa diversificação geográfica, que inclui sete plantas autorizadas a exportar carne bovina para a China no Brasil, Argentina e Uruguai, entendemos que estamos bem posicionados para atender a demanda por nosso produto no mercado chinês", acrescentou ela.

Vendendo seus produtos para mais de 100 países, a multinacional responde por cerca de 20 por cento de toda a carne exportada da América do Sul. Possui também operações na indústria de processamento de carnes e exportação de gado vivo.

A CIIE "ajuda a diversificar e agregar valor ao padrão de exportação do Brasil, que ainda é focado em produtos primários. É uma boa oportunidade para desenvolver as marcas brasileiras e conhecer as tendências do consumidor chinês", disse Kevin Tang, diretor-executivo da Câmara Brasil-China.

Tang participou das duas edições anteriores da exposição, que atrai exportadores de todo o mundo ansiosos por atenderem às crescentes necessidades de consumo da China.

"A China é indiscutivelmente importante para o Brasil. Por ser seu maior parceiro comercial e dado o foco cada vez maior no crescimento baseado no consumo interno, as importações chinesas serão um vetor importante do crescimento brasileiro", afirmou o especialista em comércio.

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