“Eu decidi abandonar as minhas funções, todas as minhas funções a partir deste momento... Eu declaro a dissolução da Assembleia Nacional e do governo”, disse Keita em uma breve declaração transmitida pela emissora nacional ORTM.
O presidente maliano, Ibrahim Boubacar Keita, atualmente detido por soldados malianos insurgentes em um campo militar, anunciou na terça-feira a sua demissão e a dissolução da Assembleia Nacional, bem como do governo do primeiro-ministro Boubou Cisse.
“Não quero que seja derramado sangue para que me mantenha no poder”, acrescentou.
Keita, eleito para a presidência em 2013 e reeleito 5 anos mais tarde, foi detido juntamente com o primeiro-ministro Cisse por soldados revoltosos, próximo de Bamako, na terça-feira de manhã, segundo a imprensa local.
A Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (ECOWAS, na sigla inglesa), a União Africana, União Europeia e Nações Unidas condenaram na terça-feira de tarde o aprisionamento de Keita pelos soldados e exigiram o restauro da ordem constitucional.
“O secretário-geral está seguindo com profunda preocupação os desenvolvimentos em Mali, incluindo o motim militar que culminou com o aprisionamento do presidente Ibrahim Boubacar Keita e dos membros de seu governo hoje em Bamako”, afirmou Stephane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.