Rio de Janeiro, 9 jul (Xinhua) -- O governo brasileiro reafirmou nesta quinta-feira sua postura de defesa do meio ambiente após receber queixas e pressões de investidores estrangeiros para frear o desmatamento da Amazônia, a maior floresta tropical do mundo.
Em uma videoconferência realizada na quinta-feira com investidores estrangeiros para discutir a preservação ambiental no Brasil, o vice-presidente do país, general Hamilton Mourão, assegurou que "está claro" que os investidores querem ver resultados nas políticas ambientais adotadas pelo governo.
"E qual o resultado que podemos apresentar? Que haja efetivamente uma redução do desmatamento", disse Mourão, que acrescentou que o governo pretende manter as operações de repressão aos crimes ambientais para que "pouco a pouco", se chegue a um "número de desmatamento que seja aceitável".
Participaram da videoconferência vários ministros do governo brasileiro e representantes de fundos de investimentos do Reino Unido, Suécia, Noruega, Holanda e Japão, que juntos têm cerca de US$ 4,1 trilhões e que recentemente expressaram sua desconformidade com a política ambiental do governo brasileiro.
Para o vice-presidente brasileiro, o atual governo não pode ser responsável por "desmontar" as agências de fiscalização ambiental, com a redução do número de servidores.
"Nosso governo não é o responsável por desmontar as estruturas das agências ambientais. Herdamos algumas agências com um número reduzido de servidores. Com as questões orçamentárias que vivemos e a proibição de novas contratações, estamos buscando uma solução e isso é uma tarefa que o Conselho da Amazonia realizará, para que as agências tenham sua força de trabalho recuperada, comentou.
"As críticas foram dirigidas, principalmente ao ministro Ricardo Salles (Meio Ambiente), e quero deixar claro aqui que não estão sendo justas", completou Mourão.
O vice-presidente brasileiro também se referiu às negociações com a Noruega e Alemanha para retomar os investimentos no Fundo Amazônia, que ambos os países financiam para projetos nos estados e municípios situados naquela região.
Os dois países suspenderam no ano passado seus aportes do Fundo depois do grande aumento de queimadas na Amazônia e de seu desacordo com as políticas ambientais do governo brasileiro. Segundo Mourão, quando o Brasil apresentar "dados consistentes" em política ambiental, ambos os países voltarão a investir de novo no Fundo.
"Se conseguirmos apresentar resultados positivos em relação às queimadas no segundo semestre, será algo que pode ser colocado na mesa de negociação, dizendo que estamos cumprindo nossa parte e, agora, vocês têm que cumprir a sua", declarou.