Logotipo do aplicativo TikTok
O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, afirmou na segunda-feira (6) que os EUA estão "analisando" a proibição de aplicativos de mídia social chineses, incluindo o TikTok, em uma entrevista à Fox News. Pompeo afirmou que as pessoas só deveriam baixar o aplicativo chinês "se quiserem suas informações privadas nas mãos do Partido Comunista Chinês".
Esta não é a primeira vez que políticos dos EUA lançam ameaças ao aplicativo chinês de compartilhamento de vídeos curtos. A empresa de tecnologia está enfrentando uma situação cada vez mais difícil operando nos EUA. Algumas pessoas podem argumentar que a China também bloqueou empresas de tecnologia dos EUA, como o Google, no continente chinês. Mas este é um cenário totalmente diferente e incomparável.
A China solicitou que as empresas de internet dos EUA, incluindo o Google, cumprissem as leis e regulamentos chineses, que são demandas razoáveis, para operarem na China. No entanto, o Google se retirou da China em 2010 e anunciou que "não está mais disposto a continuar censurando" os resultados no site.
O TikTok, no entanto, está em conformidade com as leis dos EUA. A empresa confirmou anteriormente que os dados dos usuários dos EUA são armazenados nos EUA, seus centros de dados estão localizados totalmente fora da China e não envia nenhum dado de usuário para a China.
Em maio, o TikTok nomeou o empresário americano e ex-executivo de streaming da Walt Disney Company, Kevin Mayer, como CEO. Por mais cauteloso e legal que seja, TikTok ainda enfrenta uma enorme incerteza nos EUA. Os EUA tornaram-se intolerantes demais com a China.
A China acolhe com satisfação essas empresas americanas que retornam ao continente chinês desde que cumpram as leis da China. Em 2018, o Google planejava retornar ao continente chinês lançando seu mecanismo de busca Dragonfly, mas a empresa finalmente desistiu devido à pressão política dos EUA.
Além disso, embora a China nunca tenha interferido na escolha de aplicativos de internet de outros países, Pompeo incentivou a proibição da Índia de 59 aplicativos chineses, incluindo o TikTok.
TikTok é popular nos EUA, principalmente entre jovens americanos. Cerca de 60% dos 26,5 milhões de usuários ativos mensais do TikTok nos EUA têm entre 16 e 24 anos, segundo dados da empresa em 2019.
Parece que os EUA não conseguem suportar um aplicativo de entretenimento chinês. A possível proibição dos EUA do TikTok e de outros aplicativos chineses de mídia social mostra apenas sua discriminação e falta de confiança. Será que apenas as empresas de tecnologia dos EUA podem operar no país? Isso está muito longe do espírito de abertura dos EUA.
Na terça-feira (7), apenas um dia após Pompeo sugerir uma possível proibição do TikTok, o presidente francês Emmanuel Macron utilizou o aplicativo pela primeira vez para parabenizar os alunos que saíram das escolas após os resultados dos exames.
Os EUA quase desperdiçaram sua liderança e até alguns de seus aliados tradicionais traçaram um caminho diferente de Washington. Se o governo dos EUA banir o TikTok, a política protecionista será contra o espírito de livre mercado que os EUA sempre defenderam. É retrocesso. Politizar a tecnologia só prejudicará sua própria competitividade tecnológica.
O gerenciamento da Internet na China provou ser indispensável e surgiram várias empresas chinesas competitivas na Internet. Felizmente, os EUA ainda podem manter sua vantagem competitiva com uma atitude aberta, em vez de usar a política para reprimir seus oponentes.