O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Zhao Lijian, responde a perguntas numa entrevista coletiva à imprensa em Beijing, a 29 de junho de 2020. [Foto / Site oficial do Ministério das Relações Exteriores]
A China irá impor restrições de visto a cidadãos norte-americanos que "se comportaram de forma grosseira" por questões relacionadas a Hong Kong, em resposta às restrições de visto dos Estados Unidos, informou na segunda-feira (29) o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Zhao Lijian.
Zhao fez o anúncio em uma entrevista coletiva diária. Ele afirmou que a legislação de segurança nacional da Região Administrativa Especial de Hong Kong é um assunto puramente doméstico da China, e nenhum país estrangeiro tem o direito de interferir nela.
O anúncio ocorreu um dia depois que o Comitê Permanente da 13ª Assembleia Popular Nacional abriu sua 20ª sessão, na qual foi realizado um relatório sobre o projeto de lei de segurança nacional para Hong Kong.
Os EUA, que ameaçaram sanções contra a China por causa da legislação, anunciaram na sexta-feira (26) restrições de visto a autoridades chinesas envolvidas nos assuntos da RAEHK.
"Os EUA nunca terão sucesso em obstruir, através das chamadas sanções, os esforços da China para avançar com a lei de segurança nacional de Hong Kong", enfatizou Zhao.
O governo central está firmemente determinado a salvaguardar os interesses de soberania, segurança e desenvolvimento da China, cumprindo o princípio "um país, dois sistemas" e opondo-se a qualquer interferência estrangeira nos assuntos de Hong Kong, acrescentou Zhao.
Ele também rejeitou a "Lei de Autonomia de Hong Kong" e uma resolução aprovada pelo Senado dos EUA que ameaçava sanções contra indivíduos, entidades e instituições financeiras chinesas e criticou a legislação de segurança nacional para Hong Kong.
A China se opõe firmemente e apresentou representações solenes aos EUA durante a aprovação do projeto de lei e da resolução, disse Zhao.
Ao aprovar o projeto de lei e a resolução, o Senado dos EUA denegriu a legislação de segurança nacional de Hong Kong, interferiu seriamente nos assuntos de Hong Kong e nos assuntos domésticos da China e violou o direito internacional e as normas básicas que norteiam as relações internacionais, disse ele.
O projeto de lei e a resolução são apenas "um pedaço de papel", disse Zhao, pedindo aos EUA que não os sigam, ou mesmo os usem como desculpa para impor as chamadas sanções à China.
"Caso contrário, a China terá respostas e contramedidas resolutas e poderosas, e os EUA sofrerão todas as consequências", acrescentou Zhao.
A legislação de segurança nacional de Hong Kong visa proteger a soberania, os interesses de segurança e desenvolvimento da China, garantir estabilidade e prosperidade a longo prazo na RAEHK e garantir a implementação constante do princípio "um país, dois sistemas", disse ele.